quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Poesia de Quinta

por Deila Maia












Pessoal, Fazia tempo que uma poesia de quinta não causava tantos comentários como a "Poesia do Hexa" kkkkkkkk Os amigos vascaínos se revoltaram, os Flamenguistas continuaram em êxtase e por isso que o futebol é tão divertido. A Poesia de Quinta de hoje é um pouco triste mas bastante reflexiva e eu dedico à minha querida Josane Duarte Luso, pelo belíssimo trabalho com as crianças do orfanato que ela vem fazendo, não apenas no Natal. Beijos Deíla

Poema de Natal
Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.


PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural

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