sexta-feira, 2 de abril de 2010

Poesia de Quinta

por: Deíla Maia
Pessoal,
A Poesia de Quinta de hoje é um pouco paradoxal: o conteúdo é totalmente diferente do que o título pode dar a entender.
Mas também é uma poesia de superação, de volta por cima, de mudança, de saber se adaptar às voltas que o mundo dá e a como algumas pessoas mudam...
Não tive como não me lembrar de vc, Kat!!!!
Beijos a todos e uma feliz páscoa!!!!

Deila

GARGALHADA
Guimarães Rosa


Quando me disseste que não mais me amavas,
e que ias partir,
dura, precisa, bela e inabalável,
com a impassibilidade de um executor,
dilatou-se em mim o pavor das cavernas vazias...

Mas olhei-te bem nos olhos,
belos como o veludo das lagartas verdes,
e porque já houvesse lágrimas nos meus olhos,
tive pena de ti, de mim, de todos,
e me ri
da inutilidade das torturas predestinadas,
guardadas para nós, desde a treva das épocas,
quando a inexperiência dos Deuses

ainda não criara o mundo...

PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural.

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