quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Poesia de Quinta

Pessoal,

Hoje vou trazer para vcs um poeta novo, que eu aposto que vcs já conhecem como músico (ex-Titãs): Arnaldo Antunes.
A poesia dele, à primeira vista, pode parecer meio "non-sense", boba, sem sentido mesmo. Mas se formos parar para pensar, não é assim.
O primeiro livro dele que eu li foi "As coisas" e lembro que quase morrir de rir das loucuras dele.
Por outro lado, acho que ele é muito criativo, inventivo, inovador.
Vou mandar uma bem característica do estilo meio louco dele. Leiam. Aposto que primeiro voces vao pensar: "Que bobagem!". Aí leiam de novo e reflitam. Vão ver que é mais profundo do que se pensa.
Na minha leitura, esta poesia aparentemente simplória, faz uma reflexão sobre o materialismo, o apego aos bens, ao dinheiro etc., que não conduz à paz interior. Realmente, as coisas têm muitas coisas (como ele enumera na poesia), mas não têm o mais importante (PAZ).
Espero que gostem.

Beijos

Deila

AS COISAS
Arnaldo Antunes

As coisas têm peso,
 massa,
 volume,
 tamanho,
tempo,
 forma,
 cor,
 posição,
 textura,
duração,
 densidade,
 cheiro,
 valor,
consistência,
 pro-fundi-dade,
contorno,
 temperatura,
 função,
aparência,
 preço,
destino,
 idade,
 sentido.
 As coisas não têm paz.

PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural.

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