São engraçados os estereótipos que vamos absorvendo através da cultura, ao longo dos tempos, e como eles, na maioria das vezes, são apenas uma percepção bastante míope e tacanha da realidade.
Em relação aos povos do mundo, por exemplo: tem-se que os franceses são apaixonados e não gostam de tomar banho; os ingleses são frios e calculistas; os americanos se acham os donos do mundo; os brasileiros só pensam em futebol, samba e cerveja...e por aí vai.
No que diz respeito aos russos, da antiga União Soviética, a idéia que nos é repassada, em geral, é de um povo frio, difícil de entender, complexo, muito chegado à vodka, talvez até para esquentar os corpos gélidos de tanta neve. Mas quando nos deparamos um pouquinho só com a cultura deste povo, por exemplo, através da poesia, vemos que não é bem assim.
Escolhi para vocês uma poesia doce como o mel, e ao mesmo tempo, realista e madura sobre o amor. Concordo plenamente com ela. Ela não tem título, mas se eu pudesse, colocaria "Reflexões sobre o amor" ou, melhor ainda: "O amor é como um bom poema"...Mas não posso nomear a poesia alheia, seria um sacrilégio.
Bem, o autor é (lá vai um nome difícil): Stepán Petróvitch Shtchipatchóv (me lembrou o meu querido "Pet" do Flamengo!!!!!), nascido em 1889, perto dos Montes Urais, na província de Krai, vindo a falecer em Moscou em 1980. Sua família era bem pobre, perdeu o pai aos 4 anos, mendigava na rua... Depois arranjou um emprego numa livraria, onde começou a sua paixão pela literatura, pela poesia. Lutou no Exército Vermelho, ganhou vários prêmios literários e nunca perdeu sua ternura. A poesia dele é bem subjetivista, amorosa, delicada, do jeito que eu gosto. Espero que apreciem também.
Esta poesia foi extraída do livro "Poesia soviética", uma antologia de grandes autores desta localidade, que eu não tinha nem idéia de tanta qualidade. É um livro realmente lindo, que eu ADOREI ganhar. Adoro ficar folheando este livro, numa tarde preguiçosa de sábado. Tem cada poesia linda. Um verdadeiro tesouro!!!!!
Ofereço a poesia de quinta de hoje a uma mulher muito forte e batalhadora, que assim como o estereótipos dos russos, pode parecer "durona", "fria", mas que no fundo, para quem se dispõe a conhecer um pouquinho além do óbvio, das "máscaras" profissionais, vai ver que é uma pessoa sensível, delicada e extremamente afetuosa. Para minha eterna professora Oriana Gomes, com muito carinho.
Beijos
Deíla
PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural
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