por:
Deíla MaiaPessoal,
Quinta-feira passada (vejam como 5ª feira parece ser um dia abençoado!!!!!) eu fui para um Recital de Poesias na ESMAM (Escola Superior de Magistratura do Maranhão). Que bálsamo para a alma!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! EXCELENTE, lindo, tocante, imperdível. Primeiro, teve uma discussão literária sobre a vasta obra de Humberto de Campos. Logo após, começou uma sessão de declamação profissional de poesias, com o ator Adeilton Lima, que mora em Brasília, e deu um SHOW. Eu, inclusive, comprei um CD de declamações dele, de onde tirei a poesia de hoje. Segundo os organizadores, tal evento vai se repetir bimestralmente. Eu aviso a vocês do grupo. Realmente, um programa cultural e tanto!!!!!!
Escolhi a poesia "O Açúcar", de Ferrreira Gullar, nosso querido poeta maranhense radicado no Rio e que será homenageado este ano na nossa III Feira do Livro de São Luís. É uma poesia com forte viés político, com a defesa sempre inspirada dos trabalhadores, que, realmente, constroem o nosso país.
A Poesia de Quinta de hoje eu dedico carinhosamente à minha doce e Super-Secretária, Magda Duarte, que tal qual estes trabalhadores dos canaviais me ajuda ENORMEMENTE a produzir minhas peças jurídicas e demais trabalhos que eu faço.
Beijos
Deíla
O AÇUCAR
Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.
Este açúcar veio
Da mercearia da esquina eTampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.
Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a canaQue viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E duraProduziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural.
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