Contam os seus biógrafos que, naquele ano que passou prisioneiro em Perúgia, foi a sua jovialidade que salvou do desespero os seus companheiros, inclusive o mais fechado, o mais inacessível, o mais grosseiro deles, que vivia sempre à parte e que a vivacidade de alma de Francesco Bernardone conseguiu domesticar.
Quando lhe perguntavam o motivo de tanta animação, só sabia responder: "É que eu sei que vou ser um grande príncipe".
Toda a sua vida de rapaz foi uma perene explosão de alegria. E, quando nasceu para a sua segunda vida, guardou intacta toda essa disposição de ânimo. Não exigia de seus discípulos apenas a renúncia às coisas da terra. Exigia a renúncia alegre.
Repreendia-os logo que os via tristes. Dizia que só os corações sombrios se deixam morder pela serpente. E que era uma traição ao Senhor que seus filhos se mostrassem aos homens com a face coberta de sombras.
De nada deviam entristecer-se aqueles que nada podiam perder. E, quando redigiu as Regras da Ordem, essas várias Regras que tanta tinta até hoje têm feito correr, incluiu o dever de alegria como uma norma de vida de todos os adeptos. "Os irmãos devem precaver-se a fim de que o seu semblante não se mostre triste e cheio de sombras como o do hipócrita: devem, ao contrário, mostrar-se sempre satisfeitos no Senhor, cheios de disposição e de alegria como convém".
Tratava-se naturalmente de uma alegria do espirito, pois expressamente põe em guarda os seus discípulos contra o "risum et verbum otiosum".
Na sua alma não é possível destacar a alegria da poesia. Sua poesia foi expressamente a alegria de viver, e de ver viver as coisas do Senhor."
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