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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Poesia de Quinta


Pessoal,
A turma do meu irmão mais velho está toda entrando nos quarenta, e talvez por conta disso, como gosto sempre de me adiantar um pouquinho, estou lendo e me aprofundando neste assunto da idade, que parece ser um marco na vida de uma pessoa...
Recebi este poema de um querido amigo meu de Belém, que também já passou dos quarenta!!! , e que diz que esta é uma fase deliciosa da vida, que não deixa ter saudade dos 20... O poeta é paraense, já falecido, Ruy Barata.
Vou dedicar a Poesia de Quinta de hoje a um dos amigos do meu irmão, que está entrando nos quarenta também este ano e que aproveitou a oportunidade para se dedicar a um doutorado, fora de São Luís. A Canção dos Quarenta de hoje vai carinhosamente dedicada ao famoso e polêmico Wagner Cabral.
Beijos com gosto de vinho,
Deíla

Canção dos quarenta anos

Poema, suspende a taça

pelos dias que vivi,

Espelho, diz-me em que jaça

mais fiel me refleti.

Quarenta anos correr

ame neles também corrí.


Quarenta anos, quarenta!

(Quantos mais ainda virão?)

Morrerei hoje de infarto

ou amanhã de solidão?

Serei pasto da malária?

Serei presa do avião?


A morte engendra a esperança.

A morte sabe fingir.

A morte apaga a lembrança

da morte que vai ferir.

E em cada instante que passa

a morte pode surgir.


Quem pode medir um homem?

Quem pode um homem julgar?

Um homem é terra de sonhos,

sonho é mundo a decifrar,

naveguei ontem no vento,

hoje cavalgo no mar.


Hoje sou. Ontem, não era.

Amanhã, de quem serei?

Um homem é sempre segredos.

(Por qual deles purgarei?)

Dos meus netos, qual o neto,

em que me repetirei?


Que virtudes foram minhas?

Que pecados confessar?

Que territórios de enganosa meus filhos vou legar?

A quem passarei meu canto

quando meu canto passar!


Ah! como a vida é ligeira!

Ah! como o tempo de

flui!

Este espelho não mais falada criança que já fui,

das minhas rugas ruindo

apenas um nome rui


Quedê rede balançando?

Quedê peixinhos do mar?

Quedê figo da figueira

pru passarinho bicar?

E o anel que tu me deste

em que dedo foi parar?


Dezembro chama janeiro,

(fevereiro vai chamar ?)

Monte-Cristo se me vissenão iria acreditar.

Como está velho, diriaa donzela Dagmar.


Um homem cresce espalhando

o reino em que foi feliz.

Onde Athos? Onde Porthos?

Onde o tímido Aramis?

Um homem cresce querendo

e cresce quando não quis.


Crescer é rima de vida

mas também é de morrer.

Crescer é terna ferida,

que só dói no entardecer.

Em cada raiz da morte

há sempre um verbo crescer.


E cresço: macho e poeta.

(Subo em linha, volto em cor)

cresço violentamente,

cresço em rajadas de amor,

cresço nos filhos crescendo,

cresço depois que me for.


Cresço em tempo e eternidade,

cresço em luta, cresço em dor,

fiz meu verso castrado

nem me rendo ao opressor,

cresço no povo crescendo,

cresço depois que me for.


E cresço na aurora livre

galopando esse corcel.

cresço no verso espumando

entre as linhas do papel.

cresço rubro de esperança

na barba de Don Fidel.


Quarenta anos, quarenta!

(E nem sequer percebi!)

Quarenta anos correrame neles também corri.

E nesses quarenta anos,

Oitenta de amor por ti.


Violão de Rua - 1962

(Cadernos de Povo Brasileiro)

Ruy Barata

PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural.

Ruy Guilherme Paranatinga Barata (Santarém, 25 de junho de 1920São Paulo, 23 de abril de 1990) foi um poeta, político, advogado, professor e compositor brasileiro.
Filho único de Maria José (Dona Noca) Paranatinga Barata e do advogado Alarico de Barros Barata. Recebeu o nome Rui em virtude da admiração paterna por Rui Barbosa. O indígena Paranatinga vem do lado materno, que significa rio (paraná) branco (tinga).
Foi alfabetizado pelo pai. Aos dez anos vem para Belém para continuar os estudos. Primeiro, no internato do Colégio Moderno; depois, no Colégio Nossa Senhora de Nazaré, dirigido pelos Irmãos Maristas. Faz o pré-jurídico no Colégio Estadual Pais de Carvalho, onde tem como professor o intelectual Francisco Paulo do Nascimento Mendes, de quem se torna amigo para a vida inteira, e se inicia na poesia escrevendo na revista Terra Imatura. Em 1938, entra para a Faculdade de Direito do Pará.
Em meio aos estudos jurídicos sente aumentar a paixão pela poesia. Mergulha fundo nos poemas de Maiakovski, Garcia Lorca, T.S. Elliot, Mallarmé, Rilke, Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, entre outros. Abre-se ao pensamento de esquerda através da leitura do Manifesto Comunista de Marx e Engels.

Nota: para saber mais sobre a biografia de Ruy Barata consulte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rui_Barata

http://www.culturapara.art.br/rbarata/ruy.htm

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Brasão da família Vaughan

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ESCLARECIMENTO / EXPLICATION

Esclarecemos que em função de erros cometidos por ocasião das escriturações nos cartórios de Santarém, durante os registros de nascimentos, diversas famílias de origem confederada (Wallace, Hennington, Rhome, Pitts, Riker, Vaughan, Jennings, etc...) tiveram seus nomes escriturados de forma errada.
A família VAUGHAN, por exemplo, assumiu algumas formas diferentes de escrituração: Vaughon, Waughan e Wanghon.
Recentemente alguns descendentes da família VAUGHAN e de outras famílias, com o auxílio de advogados e seguindo as árvores genealógicas, efetuaram as correções devidas nos cartórios locais e passaram a escrever corretamente os seus nomes.
Devido a pronúncia do nome VAUGHAN ser diferente da forma que é escrita, alguns descendentes passaram a adotar a denominação de “Von”, mas tão somente para facilitar o entendimento da leitura, sem alterar a forma de registro.

We clarified that in terms of errors committed during the notary records in Santarém, in the records of births, several families of confederates (Wallace, Hennington, Rhome, Pitts, Riker, Vaughan, Jennings, etc ...) had their names entered in wrong. The family VAUGHAN, for example, took a few different ways to book: Vaughon, Waughan and Wanghon. Recentemente VAUGHAN some descendants of the family and other families with the help of lawyers and following the tree, made the necessary corrections in notary places and began to write their names correctly. Due to the pronunciation of the name VAUGHAN be different from the way it is written, some descendants moved to adopt the name of "Von", but only to facilitate the understanding of reading, without changing the way of record.