Neste momento está caindo uma tempestade aqui em São Luís e eu estou aguardando um cliente que deve ter se atrasado pela chuva...
E foi bom porque, ao olhar a Lagoa sob a forte chuva, daqui da minha janela do escritório, me lembrei do meu poeta predileto, o Fernando Pessoa, o qual, inclusive, tem vários poemas sobre chuva.
Aí vai um deles...
Esta poesia vai carinhosamente dedicada a um compatriota de Fernando Pessoa e amigo do meu irmão mais velho, Paulo Portugues Aleixo.
Beijos encharcados
Deíla
Fernando Pessoa
Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!
Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...
Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, estou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!
F.Pessoa, 23-10-1931
PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural.
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