por:
Deila Maia
Pessoal,
A Poesia de Quinta ajuda a refletir sobre uma questão bastante importante nos dias de hoje: o DESAPEGO.
Desapego das coisas materiais, das pessoas (FIM aos ciúmes exagerados, à "posse" do outro), do tempo, das poesias ... Enfim, deixar a vida fluir. Como diz um ditado, não existe maior "prisão" do que a liberdade. A única coisa que podemos guardar desta vida são as boas lembranças, as emoções (antes que o Alzheimer chegue kkk). E só. De resto, nada nos pertence. Podemos partir a qualquer momento.
E é com muita alegria que lembro a vocês que HOJE tem lançamento do nosso livro de poesias (da SOBRAMES), a antologia "Receita Poética", lá na III Feira do Livro de São Luís, que acontece na Praça Maria Aragão, na Casa do Escritor, às 20 horas.
Seria muito mais fácil e cômodo, para mim, aliás, para todos nós, "guardar" as nossas poesias nos baús, nas mentes, nas estantes empoeiradas, nos cofres... Mas apesar disso, vencemos a inércia, as dificuldades em encontrar apoio financeiro para os livros (tirando do dinheiro "guardado" do nosso próprio bolso!!!), a falta de tempo, a correria do dia-a-dia, para lançar nossos poemas ao vento, expor à apreciação (e críticas também) das pessoas e, quem sabe, tocar alguns corações. Lembrando Pablo Neruda, no bucólico filme "O carteiro e o Poeta", a poesia não pertence a quem a escreve, mas sim a quem necessita dela.
Dedico a Poesia de Quinta de hoje a TODOS os meus queridos amigos e companheiros de sonhos da SOBRAMES/MA (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, seccional Maranhão). Nós MERECEMOS os momentos maravilhosos que iremos curtir esta noite tão especial, com o lançamento da nossa "Receita Poética". Parabéns para todos nós. Estou bastante emocionada ao escrever este e-mail. Parece um sonho!!!! Mais uma antologia nossa publicada... Poxa! A emoção que estou sentindo agora não tem preço!!!!
Beijos
Deíla
Guardar
Antônio Cícero
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso, melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que de um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
PS: A leitura excessiiva destes textos pode ocasionar dependência cultural.