"Invictus” é o nome do filme de Clint Eastwood sobre Nelson Mandelahttp://avidaeumpalco.com/?p=6710Pessoal,
A Poesia de Quinta de hoje me foi enviada por um querido amigo e é declamada algumas vezes no belíssimo filme "Invictus", que fala um pouco de como foi o trabalho do Nélson Mandela na reconstrução da África do Sul, no pós-apartheid. Um filme muito bonito e bem feito, que aborda de forma magnânima a questão do PERDÃO e da força interior (disciplina, autoconhecimento, superação de limites).
Para quem quiser aproveitar a folguinha do carnaval, para curtir um bom filme, eu recomendo. A atuação do Morgan Freeman, no papel do Mandela, está maravilhosa, como sempre.
O autor da poesia é o inglês William Ernest Henley, que viveu na Inglaterra na segunda metade do século XIX. A poesia foi publicada no livro "Pequena Coletânea de Poesias de Língua Inglesa".
Este autor teve uma história de vida muito triste, que nos ajuda a entender o contexto da poesia e como o Mandela a utilizava para ganhar força nos 27 anos que passou dentro de uma minúscula cela da prisão.
O poeta William nasceu em 1849, em uma família muito pobre, não tendo concluído seus estudos do colégio, por questões financeiras e de saúde. Aos doze anos de idade teve o diagnóstico de artrite decorrente do bacilo da tuberculose. Com apenas dezesseis anos, teve a perna esquerda amputada abaixo do joelho. Em 1867, perdeu seu pai, tornando-se arrimo de sua mãe viúva e de seus irmãos. Em 1869 mudou-se para Londres onde conseguiu emprego como jornalista autônomo. Em 1872 sua doença o compeliu a viajar em tratamento para Edimburgo, Escócia, onde escreveu a coleção de poemas In Hospital e se apaixonou por Anna Boyle, com quem viria a se casar. Em 1875 tornou-se amigo íntimo de Robert Louis Stevenson que fora levado ao hospital para lhe conhecer. Nesse mesmo ano teve alta e retornou a Londres, onde se tornou editor da revista London. Em 1878 casou-se com Anna Boyle com quem teve sua única filha, Margaret, em 1888, que faleceu de meningite apenas 5 anos depois. Morreu em 1903 de tuberculose.
A propósito, hoje, dia 11 de fevereiro, faz exatamente 20 ANOS que o Mandela saiu da prisão e ele até fará uma visita hoje ao antigo presídio, mesmo estando já com a saúde bastante prejudicada, aos 91 anos de idade.
Ofereço a Poesia de Quinta de hoje ao meu querido amigo Ferdinando e sua esposa Denira, por acreditarem que a força interior pode, realmente, remover montanhas, superar qualquer obstáculo.
Realmente, adorei o último verso: "I´m the captain of my soul" e diria mais: "I´m the captain of my life". Isto é maravilhoso!!!!!!
A tradução da poesia para o português está logo abaixo da poesia original em inglês.
Beijos e um bom carnaval a todos
Deíla
INVICTUS
William Ernest Henley
Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
Invictus
Tradução:
Invictus (do latim, invencível, invicto, que nunca perdeu)
Do fundo desta noite que persiste A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa; Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza. Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.
PS: A leitura excessiva destes textos pode ocasionar dependência cultural.