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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Fordlândia e Belterra


Memória: antiga serraria (acima), com a caixa-d’água, e interior de uma casa da elite local (no alto, à esq.), uma habitação popular e um hidrante da época áurea (no alto, à dir.)

Fordlândia
Foi o nome dado a uma gleba de terra adquirida pelo empresário norte-americano Henry Ford no começo da decada de 1920, perto da cidade de Santarém, no estado do Pará. Ford tinha a intenção de usar Fordlândia para abastecer sua empresa de látex, necessário a confecção de pneus para seus automóveis, dependentes da borracha da Malásia, então colônia britânica.
A terra era infértil e pedregosa e nenhum dos gerentes de Ford tinha experiência em agricultura equatorial. As seringueiras, árvores de onde se extrai o látex, plantadas muito próximas entre si, o oposto das naturalmente muito espaçadas na selva, foram presa fácil para pragas agrícolas, principalmente microorganismos do gênero Microcyclus que dizimaram as plantações.
Os trabalhadores das plantações recebiam uma alimentação típica norte-americana, como hambúrgueres, instalados em habitações também ao estilo norte-americano, obrigados a usar crachás e comandados num estilo a que não estavam habituados, o que causava conflitos e baixa produtividade. Em 1930, os trabalhadores locais se revoltaram contra gerentes truculentos, que tiveram que se esconder na selva até o exército brasileiro intervir e restabelecer a ordem.
O governo brasileiro suspeitava dos investimentos estrangeiros, especialmente na Amazônia, e oferecia pouca ajuda. Ford ainda tentou realocar as plantações em Belterra, mais para o norte, onde as condições para a seringueira eram melhores mas, a partir de 1945, novas tecnologias permitiam fabricar pneus a partir de derivados de petróleo, tornando o empreendimento um total desastre, causando prejuízos de mais de vinte milhões de dólares.

O delírio perdido de Ford
Na vigorosa onda de documentários, filme conta saga da cidade construída na Amazônia, nos anos 30, pelo pai da moderna indústria automobilística.
Fordlândia é um pedacinho dos Estados Unidos perdido no meio da Amazônia. A crise da borracha veio enterrar os planos do empresário Henry Ford que, na década de 30 iniciou aqui um mega projeto de extração e beneficiamento do produto. O que sobrou foi uma cidade fantasma. Andar por suas alamedas é caminhar pelo passado. É difícil a gente não tentar imaginar como era aquilo tudo funcionando. As casas, hoje desertas, as mangueiras plantadas no caminho, as calçadas, tudo tem cheiro de passado, de história que não progrediu. E o sentimento de pasmo se mistura à melancolia por causa do abandono daquele lugar. Muito já se perdeu e é pena que continue a ser deteriorado.

http://www.terra.com.br/istoe/1884/artes/1884_delirio_perdido_de_ford.htm

Belterra
É um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 02º38'11" sul e a uma longitude 54º56'14" oeste, estando a uma altitude de 152 metros. Sua população estimada em 2004 era de 16 790 habitantes. Possui uma área de 2640,699 km².

Área: 4.398,346 km² / População: 12.861 hab. est. IBGE/2008
Densidade: 4,0 hab./km² / Altitude: 152 metros / Fuso horário: UTC-3
IDH: 0,647 PNUD/2000 / PIB: R$ 62.971.569,00 IBGE/2003

História

Sua origem vem do sonho do visionário norte-americano Henry Ford que construiu na década de 1930 uma cidade fora dos padrões brasileiros em plena floresta amazônica. Com uma estrutura
nos padrões das pequenas cidades do interior dos EUA, que é vista na arquitetura das suas casas,
nos jardins, nos hidrantes e etc...
Hoje é município situado no Oeste do Pará. Tem locais interessantes como o Telecentro de Inclusão Digital de Belterra. A Praça Brasil é interessante e fica bem no centro da cidade.

Henry ford



Igrejas católica (esq.) e Batista (dir.) de Belterra


A data de 04 de maio de 1934, foi primordial na história de Belterra. Momento em que chegou por estas bandas a Companhia Ford, do magnata norte-americano Henry Ford a qual enfrentou diversos problemas, entre eles o clima, impossibilitando o avanço tecnológico. Época dos barões e baronesas, diferenciando-se por residir em vilas diferentes, de acordo com a renda de cada morador. Nos meados de 1945 o Projeto inicial de plantações de seringas fracassou, e o governo brasileiro, para manter a área já plantada, iniciou a exploração do seringal, tornando-se o maior produtor de látex da região.
O município de Belterra foi criado através da Lei nº 5.928 de 28 de dezembro de 1995, sancionada pelo então governador Dr. Almir José de Oliveira Gabriel, tendo sido desmembrado do município de Santarém, com sede na localidade de Belterra, que passou à categoria de cidade, com a mesma denominação. Sua instalação aconteceu em 1º de janeiro de 1997, com a posse do Prefeito, do vice-prefeito e vereadores eleitos no pleito municipal de 3 de outubro de 1996.


Por ser considerada "A cidade Americana no Coração da Amazônia", Belterra, assim como Forlândia, possui uma arquitertura singular, lembrando uma típica cidade do interior dos Estados Unidos. A arquitetura chama atenção de quem visita o município.




Caixa dàgua de Belterra

As vilas que abrigavam os funcionários que trabalhavam no projeto, são preservadas até hoje.
As residências são cobertas de telhas de barro tipo "francesa", têm banheiros internos, varandas, afastamento lateral e jardins. Aliás, belos jardins. Independente da casa, os moradores preservam o hábito de conservar os jardins ao redor de suas casas. Na verdade, na época do projeto, a companhia Ford realizava concursos anuais para premiar o melhor jardim do município. O objetivo era aumentar a quantidade de frutos e hortaliças para que os moradores conhecessem o valor da dieta à base de vegetais.


Broche (foto) servia para indentificar os funcionários da Companhia Ford Industrial do Brasil durante todo o período de duração do projeto em Belterra e Fordlândia. Hoje, ainda é possível encontrá-los com pessoas que colecionam ou no meio dos antigos seringais.

Mas, existe uma residência que chama atenção de todos e leva ao passado várias pessoas que trabalharam no Projeto da Borracha. A Casa 1 (um), como é chamada pelos habitantes da cidade, é uma casa de sonhos.

Ampla, com uma vista privilegiada da varanda, grande salão e vários compartimentos, a Casa Um foi projetada para receber o mentor do projeto, o milionário Henry Ford. No entanto, isso nunca aconteceu, pois 40 dias antes da viagem prevista para Belterra, Ford perdeu o filho e desistiu da viagem e do projeto. Em conversa dos moradores que participaram dessa história holywoodiana restam apenas saudades e sempre um "se". Talvez, se Henry Ford conhecesse aquele lugar, nunca tivesse coragem de deixá-lo.
Os trabalhos de roçagem e capina do campo no decorrer do Projeto Ford, em Belterra, eram determinados por tarefa que dependiam das condições do mato nas áreas. Apenas para tomar como hípotese: 1 linha de 400 metros de comprimento por 5 metros de largura para capinar era dada como 1 tarefa para ganhar o dia. Caso o serviço fosse mal feito o capataz ao fiscalizar dizia que o trabalhador havia "pisado no olho", e mandava rafazer tudo de novo ou o cara perdia a diária.

Fonte:

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Guerra Civil dos Estados Unidos da América

Guerra Civil Americana ou Guerra Da Secessão
Data: 12 de Abril de 1861 a 9 de Abril de 1865
Local: Primariamente nos Estados do Sul
Resultado: Derrota dos Estados Confederados da América e expansão dos EUA













Combatentes:
Forças: 2.200.000 / 1.064.000
Baixas: 360.000 total / 258.000 total

Bandeiras da União e da Confederação







A Guerra Civil Americana (também conhecida em português como Guerra de Secessão) ocorreu nos Estados Unidos da América entre 1861 e 1865. Nenhuma guerra causou mais mortes de estadunidenses do que a Guerra Civil Americana, que causou um total de mortes estimado em 970 mil pessoas - dos quais 618 mil eram soldados - cerca de 3% da população americana à época. As causas da guerra civil, seu desfecho, e mesmo os próprios nomes da guerra, são motivos de controvérsia e debate até os dias atuais.

A Guerra Civil Americana consistiu na luta entre 11 Estados do Sul latifundiário aristocrata contra os Estados do Norte industrializado, dedicado a estilos mais modernos de vida. Esta divisão é considerada uma das causas primárias do conflito. Enquanto o norte passava por um período de expansão econômica graças à industrialização, à proteção ao mercado interno e à mão-de-obra livre e assalariada, a economia do sul dependia da exportação de produtos agropecuários - especialmente do algodão, cujas exportações eram a principal fonte de renda destes estados. A agropecuária do sul, por sua vez, dependia muito do uso do trabalho escravo. Ao longo das primeiras décadas do século XIX, a imigração em massa e intensa industrialização fizeram com que o poderio do Norte crescesse economicamente e politicamente no governo. Grandes tensões políticas e sociais desenvolveram-se entre o Norte e o Sul. Em 1860, Abraham Lincoln, um republicano contrário à escravidão, venceu as eleições presidenciais americanas. Lincoln, ao assumir o posto de presidente, cognominou os Estados Unidos de "Casa Dividida".
Em 1861, ano do início da guerra, o país consistia em 19 Estados livres, onde a escravidão era proibida, e 15 Estados onde a escravidão era permitida. Em 4 de Março, antes que Lincoln assumisse o posto de presidente, 11 Estados escravagistas declararam secessão da União, e criaram um novo país, os Estados Confederados da América. A guerra começou quando forças confederadas atacaram o Fort Sumter, um posto militar estadunidense na Carolina do Sul, em 12 de Abril de 1861, e terminaria somente em 28 de Junho de 1865, com a rendição das últimas tropas remanescentes da Confederação.

Estados Unidos (1860-1861).

Índice
1 Os Estados Unidos da América em 1860: Um país dividido
1.1 Raízes históricas
1.1.1 Diferenças culturais
1.2 A escravidão no período pré-Guerra
1.3 A escravidão e a política
1.4 Secessão e formação dos Estados Confederados da América
2 Forças armadas
2.1 Números
2.2 Principais líderes
2.3 Participação dos afro-americanos na guerra
3 As federações
3.1 A União
3.2 Confederação
4 A vida na frente de batalha
4.1 A vida dos soldados
4.2 Saúde
4.3 Prisoneiros de guerra
5 Frentes de batalha
5.1 O Plano Anaconda
5.2 A frente marítima
5.3 A frente diplomática
5.4 Frente Oriental (Região do Atlântico): 1861 - 1863
5.4.1 Primeira invasão nortista da Virgínia
5.4.2 Maryland
5.4.3 Fredericksburg e Gettysburg
5.5 A Frente Ocidental (Região Central dos EUA): 1861 - 1863
5.5.1 Kentucky e Alabama
5.5.2 Rio Mississippi
5.5.3 Rio Tennessee
5.6 Frente do Pacífico: 1861 - 1865
5.7 Queda da Confederação
6 Análise da guerra
7 Desfecho
7.1 Custos da guerra
7.2 Efeitos no militarismo
7.3 Fim da escravidão
7.4 União
7.5 Refugiados
8 Referências
9 Ligações externas


Imagem dos Estados Unidos dividido durante a Guerra Civil Americana. Em azul, estão os Estados da União, em vermelho, Estados da Confederação, em azul claro, Estados escravistas que mantiveram-se do lado da União, e em branco, territórios que seriam posteriomente elevados à categoria de Estado.

Os Estados Unidos da América em 1860: Um país dividido
Raízes históricas A origem da divisão dos Estados Unidos da América em "Norte" e "Sul" data desde tempos coloniais, quando a área que atualmente constitui os Estados Unidos ainda eram colônia de três países - Espanha, França e Reino Unido. Primariamente, tais diferenças começaram devido a diferenças geográficas na região das Treze Colônias inglesas. No sul, os primeiros assentadores da região encontraram um clima quente e um solo fértil, ideal para o cultivo de tabaco. Grandes plantações de tabaco foram cultivadas, e mão-de-obra escrava foi trazida em grande quantidade do continente africano. Posteriomente, algodão e cana-de-açúcar passaram a ser cultivados também nestes Estados. Rapidamente, a agricultura e um estilo de vida primariamente rural passou a dominar os Estados do Sul. Enquanto isto, o clima frio e o solo rochoso dos Estados do Norte mostraram-se pouco adequados à prática da agricultura. Por causa disso, a maior fonte de renda destes Estados tornou-se o comércio e a manufatura, assim favorecendo a criação de grandes cidades comerciais como Boston, Filadélfia e Nova Iorque - e, apesar de que, no ano do início da Revolução Americana de 1776, a maioria da população do Norte ainda vivesse em áreas rurais, a economia destes Estados já era baseada primariamente no comércio e na manufatura. Após a independência dos Estados Unidos, e até a década de 1850, as diferenças entre o Norte industrializado e o Sul agropecuário aumentavam gradativamente. Na década de 1850, os Estados Unidos já haviam se expandido até seus atuais limites territoriais na América do Norte (posteriomente, adquiriria o Alasca da Rússia, Havaí e outros territórios ultramarítimos). Então, os Estados Unidos já estavam em uma fase de rápida industrialização. Porém, o rápido crescimento econômico do país esteve concentrado primariamente nos Estados do Norte. Este crescimento causou o rápido crescimento populacional das cidades da região, gerando grandes avanços na área de transportes e comunicações. Apesar do Sul também ter passado por este processo, o tal progresso ocorreu muito mais lentamente do que no Norte.
Diferenças culturais
A população do Norte era mais receptiva à tecnologia e modernização do que a população do Sul, bem como às mudanças econômicas e sociais geradas por ambas. Os ideais do Norte eram trabalho pesado, educação e a independência econômica. Na época da independência - mais fraco economicamente do que o Sul - o Norte, graças ao seu grande desenvolvimento econômico no final do século XVIII e na primeira metade do século XIX, tornou-se muito mais desenvolvido economicamente, possuindo uma economia balanceada e variada. Já a população do Sul continuava fixa aos valores do passado. Entre a década de 1850 e de 1860, os Estados Unidos foram a porta de entrada de imigrantes vindos da Europa - primariamente irlandeses, alemães, escoceses, italianos - e do Canadá - além de comerciantes judeus, fugindo da pobreza e da miséria da Europa. A maioria dos imigrantes optavam por habitar Estados do Norte, fazendo com que este se desenvolvesse ainda mais. Vieram colonos, profissionais dos mais diversos ramos, e aventureiros. Esta imigração aumentou ainda mais as disparidades sociais, econômicas e culturais entre o Norte e o Sul. A economia do Sul era baseada na agricultura sustentada pela escravidão. Sua população branca, em geral, era mais dada aos requintes que o luxo da aristocracia proporcionada pela oligarquia escravista poderia trazer. Enquanto isto, o Norte fazia grande uso do trabalho imigrante. A mão-de-obra imigrante era mais barata e eficiente que a mão de obra escrava, uma vez que os imigrantes europeus não eram escravos, sua motivação única e exclusiva era fazer fortuna, eram livres, prezavam por essa liberdade, e politicamente eram muito ativos. Aqueles que trabalhavam em atividades menos nobres, em caso de problemas de saúde, eram facilmente descartados pelos patrões, e substituídos. Os escravos afro-americanos, por sua vez, tinham a motivação da chibata e do terror impostos pelos seus donos, eram mais caros de sustentar e conservar que trabalhadores livres, e tinham que ser mantidos vivos e saudáveis, pois não eram facilmente substituídos em casos de doenças, onde a descartabilidade dificilmente se aplicava (por causa do alto preço dos escravos). As elites intelectuais das duas regiões eram muito diferentes entre si. O Norte era a favor do "solo livre", do "trabalho livre" e do "homem livre", pois com a chegada dos imigrantes veio a politização e o pensamento liberal. O Sul, mais à direita, era conservador, mais religioso, apegado à terra e à propriedade, não admitia mudanças devido ao poder econômico mais concentrado, além ao culto ao tradicionalismo e à aristocracia. Os desentendimentos entre sulistas e nortistas vinham desde a Revolução Americana de 1776, pois o Norte, no início da democracia americana, era menos favorecido economicamente, basicamente era uma população mais pobre, mais miscigenada e rústica, portanto, mais sensível quanto aos preceitos do "ter" e do "ser". A cultura nortista era menos tradicionalista, menos aristocrática, muito trabalhadora e ambiciosa. Esta cultura foi o principal fator do desenvolvimento econômico espetacular do Norte desde a independência dos Estados Unidos até a década de 1850.

Forças armadas
Foto de um soldado típico da Guerra Civil Americana.

Quando a Guerra Civil Americana começou, com o ataque sulista ao Fort Sumter, nem a União nem a Confederação possuíam um plano de recrutamento de soldados. O exército da União, no início da guerra, era composto de apenas aproximadamente 11 mil soldados. O exército da Confederação era ainda menor, por volta de seis mil soldados. Em abril de 1861, o Congresso americano aprovou uma convocação inicial de 65 mil homens - todos voluntários - para fazer frente ao ataque sulista. No começo da guerra, ambas a União e a Confederação utilizavam apenas voluntários como soldados - participava da guerra quem quisesse. Isto funcionou bem no início da guerra.
Porém, à medida que a guerra foi estendendo-se, e o número de baixas em ambos os lados começou a aumentar, mais recrutas passaram a ser necessários. A duração da guerra e os números de baixas, porém, diminuíram muito o entusiasmo pela população de ambos os lados pela guerra, e assim sendo, o número de voluntários acabou caindo. O alistamento forçado acabou sendo instituído em ambos os lados ao longo da guerra. Na Confederação, o alistamento forçado foi instituído em abril de 1862, forçando todas as pessoas brancas do sexo masculino entre 18 a 35 anos de idade e em boas condições de saúde a servirem no exército por três anos. Em fevereiro de 1864, tais limites haviam sido estendidos para 17 a 50 anos. Já a União instituiu o alistamento forçado em março de 1863, para pessoas, sem distinção de raça, do sexo masculino, entre 20 a 45 anos de idade. Mulheres, em momento algum, foram autorizadas a lutar em ambos os lados, embora algumas tivessem se disfarçado como homens, e lutado por suas federações.
A guerra foi cognomeada por vários soldados como "guerra entre homens ricos, lutas entre homens pobres". Isto porque este recrutamento forçado possuía suas exceções. Em ambos os lados, homens que, pelas regras do recrutamento forçado, teriam de servir no exército, poderiam contratar um substituto - geralmente, um homem pobre e sem trabalho - para lutar em seu lugar. Na União, pessoas podiam pagar ao governo 300 dólares (uma grande soma de dinheiro na época) para não ser forçado a alistar-se. Estas exceções fizeram com que o sistema de recrutamento forçado fosse mal visto por soldados de origem humilde, tanto na União quanto na Confederação. Na cidade de Nova Iorque, em julho de 1863, alguns meses após o alistamento militar forçado ter sido instituído, uma grande revolta popular tomou curso. Os revoltados estavam armados, e exigiam o fim do alistamento forçado. Esta revolta foi suprimida com o uso de força policial e militar. Apesar dos problemas, o recrutamento forçado em ambos os lados foram bem-sucedidos em seu principal objetivo, o de aumentar o número de soldados nas forças armadas.

Outra medida também contribuiu nos esforços de guerra - ambos os lados permitiam que qualquer homem formasse um pequeno regimento ou uma força mercante a serviço de sua federação, sendo que tais grupos recebiam uma soma do governo. O Norte também instituiu um tipo especial de pagamento, bounty payments. Quando uma pessoa entrasse à força militar da União voluntariamente, ele era recompensado com uma soma em dinheiro. Esta medida, porém, também causou um problema: várias pessoas alistavam-se voluntariamente, usando nomes falsos, recebiam a soma em dinheiro, e após isto, desertavam. Muitos deles inclusive alistavam-se e desertavam seguidamente, usando vários nomes falsos.
Após o fim da guerra, duas organizações fraternais foram abertas - uma aberta a ex-soldados da União e suas famílias, e a outra para ex-soldados da Confederação e suas famílias. Em 1905, o governo americano instituiu uma medalha de campanha válida a todos os soldados que lutaram na guerra - seja ao lado da União ou da Confederação. O último veterano vivo da guerra, Albert Woolson, da União, morreu em 2 de agosto de 1956, aos 109 anos de idade.

Números
Não se sabe o número exato de soldados que lutaram na Guerra Civil Americana - fatores como enlistamento por um curto período de tempo, pessoas que alistaram-se mais de uma vez na Guerra (por exemplo, quando eram removidos do serviço militar por causa de ferimentos, voltando após recuperação), pessoas que lutaram na guerra sem registro de soldado, e desertores. Estima-se que o número de soldados que lutaram pela União seja de dois milhões - metade da população masculina dentro da faixa etária militar - e em aproximadamente um milhão o número de soldados que lutaram pela Confederação - quatro quintos da população masculina branca dentro da faixa etária militar. Abraham Lincoln.
O número de soldados no exército da União cresceu desde o início da Guerra Civil Americana. No final da guerra, o exército da União tinha cerca de 1,12 milhão de soldados. O exército da Confederação atingiu seu máximo em 1863, quando o número de soldados nas forças militares chegou a quase 500 mil. A partir de 1863, o número de soldados no exército da Confederação passou a diminuir gradativamente. No final da guerra, o exército da Confederação tinha menos de 200 mil soldados. Altas taxas de deserção foram a principal causa desta diminuição - especialmente nos meses finais da guerra, quando a Confederação não tinha mais nenhuma chance de vitória.

O salário de um soldado branco da União era de 13 dólares mensais, mais um incentivo anual de 42 dólares, para a compra de roupas. O salário mensal de soldados da confederação, até 1864, era de 11 dólares mensais. Em julho de 1864, devido à inflação, o salário foi aumentado para 18 dólares mensais.

Principais líderes
Os presidentes da União e da Confederação, Abraham Lincoln e Jefferson Davis, como Comandantes-em-Chefe de suas respectivas nações, tinham a responsabilidade de escolher as pessoas que iriam ocupar os maiores postos militares de suas federações.
Os principais líderes da União foram Abraham Lincoln, William H. Seward, Edwin M. Stanton, Ulysses S. Grant, William Tecumseh Sherman, George H. Thomas, George B. McClellan, Henry W. Halleck, Joseph Hooker, Ambrose Burnside, Irvin McDowell, Philip Sheridan, George Crook, George Armstrong Custer, Christopher Carson, John E. Wool, George G. Meade, Winfield Hancock, Elihu Washburne, Winfield Scott, Abner Read e Robert Gould Shaw.
Os principais líderes da Confederação foram Jefferson Davis, Robert E. Lee, Joseph E. Johnston, Thomas J. Jackson, James Longstreet, Pierre Gustave Toutant de Beauregard, John Mosby, Braxton Bragg, John Bell Hood, James Ewell Brown Stuart, William Mahone, Judah P. Benjamin, Jubal Early, Nathan Bedford Forrest e Ambrose Powell Hill.
Cinco oficiais da União que lutaram na guerra tornar-se-iam futuramente Presidente dos Estados Unidos da América: Grant, Rutherford B. Hayes, James Garfield, Benjamin Harrison e William McKinley.

Comandantes:











Abraham Lincoln Ulysses S. Grant Jefferson Davis Robert E. Lee

A escravidão no período pré-Guerra
Ver artigo principal: História da escravidão nos Estados Unidos da América
Em tempos coloniais, os americanos viam a escravidão como um mal necessário. Quando os Estados Unidos tornaram-se independentes, os poucos abolicionistas da época pressionaram o governo do país a abolir a escravidão na Constituição do país, mas não tiveram sucesso. No começo do século XIX, vários nortistas começaram a ver a escravidão como errada, desnecessária e imoral ao país, e muitos deles começaram a advocar idéias abolicionistas. Uma minoria dos sulistas, por sua vez, também possuía idéias abolicionistas. Porém, a maioria da população do Sul não queria a abolição da escravatura. Cerca de metade da população dos Estados do Sul era composta por afro-americanos e seus descendentes, mão de obra forte, saudável, obediente e barata. A maioria dos sulistas lucrava muito com a escravidão, onde esta fazia parte da cultura local. Cerca de um terço da população branca do Sul era um membro de uma família dona de escravos. Cerca de metade destas famílias tinham entre um a cinco escravos, e 1% tinham mais de 100. Mesmo muitos sulistas que não possuíam escravos eram a favor da escravidão. As idéias de que a economia da região entraria em colapso e de que negros são inferiores aos brancos eram amplamente aceitas no Sul.
Em 1850, um grupo de atos, os Compromissos de 1850, foram aprovados pelo Congresso americano, em uma tentativa em solucionar os atritos entre o Norte e o Sul. Os Compromissos permitiriam o continuamento da escravidão, mas proibiriam-na no Distrito de Columbia. O Compromisso admitiria a Califórnia à União como um estado livre (onde a escravidão seria proibida), mas permitiria a escravidão em territórios recentemente adquiridos ou criados, bem como o direito de decisão entre a permissão ou a proibição da escravidão.
Em 1854, o Ato de Kansas-Nebraska foi aprovado pelo Congresso, novamente, em uma tentativa do governo americano em tentar solucionar os atritos entre o Norte e o Sul. O Ato criou os territórios de Kansas e de Nebraska, e permitia a escravidão nestes dois territórios. O Ato também especificava que, caso um território fosse elevado à categoria de Estado, sua população teria o direito de votar a favor ou contra o continuamento da escravidão. Porém, muitos nortistas opuseram-se a este Ato, alegando que, uma vez que a escravidão estivesse bem fincada em um território, estaria ali para ficar. Em 1856, a maioria da população de Kansas votou contra a escravidão, mas grupos pró-escravidão recusaram-se a aceitar a decisão, e, logo, revoltas populares surgiram no Estado. Ainda no mesmo ano, um senador abolicionista foi espancado até ficar inconsciente por um representante do Sul. Em 1861, o Kansas juntou-se à União como um Estado livre.

A Decisão de Dred Scott foi um caso judicial julgado pela Suprema Corte. No caso, Dred Scott, um escravo, reivindicava por liberdade, alegando que já havia morado em um território livre. Porém, a Suprema Corte decidiu que ele, como escravo, era propriedade. Além disso, a Suprema Corte alegou que negros não podiam ser considerados cidadãos americanos. Esta decisão gerou grande controvérsia e raiva no Norte.

Em 1858, o senador William Seward, que posteriomente tornar-se-ia o Secretário de Estado de Abraham Lincoln, caracterizou as diferenças entre o Norte e o Sul como um "conflito irreparável". O motivo deste conflito, segundo Seward, era a escravidão. Em 1859, um abolicionista extremista, chamado John Brown, e seguidores, tentaram iniciar uma rebelião de escravos em um vilarejo da Virgínia Ocidental. Brown, porém, foi capturado um dia depois. Foi julgado e condenado à morte por enforcamento, culpado de traição. Vários sulistas viram este ato como uma ação do Norte como uma tentativa de acabar com a escravidão através da força.
"Patrulhadores de escravos", compostos majoritamente de

A escravidão e a política "Patrulhadores de escravos", compostos majoritamente de brancos pobres, tinham a autoridade de parar, revistar, torturar e até matar escravos que violassem os códigos do escravo americano. Acima, caricatura nortista dos patrulhadores capturando um escravo fugitivo, em um almanaque abolicionista. O Ato de Kansas e Nebraska gerou raiva e discórdia entre a população do Norte, especialmente entre republicanos, que eram contra a escravidão, bem como sua expansão a outros territórios dos Estados Unidos. Entre os principais membros do partido estava Abraham Lincoln.

Em 1858, o Partido Democrata ficou dividido na criação de uma Constituição de que habitantes pró-escravidão do território de Kansas esperavam adotar quando Kansas se tornasse um Estado. Porém, os líderes do partido tomaram posições opostas na Constituição. Alguns era a favor da escravidão, outros contra. Esta controvérsia fez com que o partido fosse dividido em dois ramos em 1860, um nortista, pró-abolicionismo, e outro sulista, pró-escravidão.

Os republicanos escolheram Lincoln como seu candidato nas eleições presidenciais de 1860. Abraham Lincoln, em sua campanha eleitoral, afirmou que os Estados Unidos não podiam viver eternamente, "metade livre, metade escrava", desencadeando sentimentos havia muito reprimidos pelos sulistas e nortistas. O partido democrata, dividido em dois, tinha dois candidatos, um a favor da escravidão e outro contra. Lincoln acabou vencendo as eleições em todos os Estados livres excepto na Nova Jérsei. Porém, apenas 39% da população do país havia votado em Lincoln, tendo vencido por ter uma pluraridade de votos do colégio eleitoral americano. Quase nenhum dos votos do colégio eleitoral era procedente do Sul. Lincoln não foi nem colocado na votação como candidato em nove Estados da região. Os sulistas temiam que Lincoln impusesse mais restrições à prática da escravidão, ou mesmo sua abolição.

Por fim, durante o final da década de 1850, a maioria do Senado americano passou a ser formada por nortistas. O balanço político entre o Norte e o Sul, anteriormente balanceado somente por causa do número igual de Estados escravistas e abolicionistas, fora quebrado ao longo da década de 1850, após a sucessiva elevação de três territórios à categoria de Estado abolicionista. Uma vez que os sulistas já eram minoria na Câmara dos Representantes, por causa da maior população do Norte, os sulistas enfrentavam o risco de tornarem-se uma minoria perpétua em ambas as câmaras do Congresso, e assim, não mais podendo defender tarifas protecionistas, que provocariam estragos na economia do Sul, dependente de material industrializado procedente do Reino Unido, nem mais o uso da escravidão.

Secessão e formação dos Estados Confederados da América
Pouco antes das eleições presidenciais, líderes sulistas começaram a pedir pela secessão do Sul da União, caso Lincoln vencesse as eleições. Muitos sulistas aprovavam a secessão, através da idéia de que os Estados possuem direitos e poderes que o governo federal não poderia proibir através de métodos legais. Os sulistas alegaram que os Estados Unidos por si mesmo eram uma liga de Estados independentes, e que qualquer destes Estados possuía o direito de tornar-se independente.

Em dezembro de 1860, a Carolina do Sul tornou-se o primeiro estado a sair da União. Logo ela foi acompanhada por outros cinco Estados - Alabama, Flórida, Geórgia, Louisiana e Mississippi. Os principais líderes políticos e senhores de escravos, em sucessivas reuniões ainda em dezembro de 1860, aprovaram a Constituição confederada, formalizando a criação dos Estados Confederados da América. Tais Estados elegeram Jefferson Davis, do Mississippi, como presidente do país, estabelecendo em 7 de fevereiro de 1860 uma Constituição, e a capital em Montgomery.

Em seu primeiro discurso após ter sido inaugurado como presidente dos Estados Unidos da América, Lincoln afirmou que a Confederação era um movimento sem fundamentos legais, e que "a União ficaria unida para sempre, e que a União faria uso de todos os meios possíveis para garantir a possessão de propriedades da União localizados nos Estados do Sul". Houve uma tentativa de reconciliação, que os rebeldes não aceitaram. Os confederados ofereceram uma indenização à União pelas propriedades da última em território confederado, oferta que foi recusada por Lincoln.

Em 12 de abril, os sulistas atacaram Fort Sumter, na baía de Charleston, Carolina do Sul. Três dias depois, o forte rendeu-se. Lincoln começou a juntar tropas para recuperar o forte, e este movimento nortista foi visto como uma declaração de guerra pela Confederação. Mais cinco Estados juntar-se-iam aos Estados Confederados da América - Arkansas, Carolina do Norte, Tennessee, Virgínia e Texas. Richmond, a capital da Virgínia, foi escolhida como a capital dos
Estados Confederados da América.

Participação dos afro-americanos na guerra
A Proclamação de Emancipação de Lincoln aprovou o uso de afro-americanos no exército da União - tanto que todos os homens do Norte, que tinham entre 20 a 45 anos de idade, incluindo afro-americanos, foram obrigados a lutar pela União.
Cerca de 180 mil afro-americanos lutaram pela União, e cerca de dois terços deles eram ex-escravos sulistas que fugiram para o Norte, em busca de liberdade. Mais 25 mil afro-americanos atuaram na marinha naval da União, aberta aos afro-americanos anos antes da Guerra da Secessão. Lincoln certa vez disse que a "participação dos negros na guerra foi muito importante, se não indispensável". Cerca de 170 regimentos afro-americanos foram formados, dos quais a maioria eram liderados por brancos. Os Confederados, por sua vez, não permitiram o uso de afro-americanos até semanas antes do final do conflito, quando o exército confederado precisava desesperadamente de mais soldados.

Ao longo da Guerra Civil Americana, regimentos afro-africanos participaram de mais de 39 batalhas, onde cerca de 35 mil afro-americanos perderam a vida. 23 afro-americanos tiveram a honra de serem condecorados com a Medalha de Honra. Inicialmente, os afro-americanos eram mal-vistos pela população como soldados, e os afro-africanos recebiam apenas metade do salário de um branco. Após 1864, porém, tanto brancos quanto afro-americanos passaram a ser pagos com a mesma quantia de dinheiro. Apesar disto, outros tipos de discriminação continuaram. A maioria dos afro-americanos trabalhavam em tarefas não-militares, como limpeza, cozinha e manutenção de armas. Mesmo assim, vários regimentos afro-americanos participaram de batalhas primárias, supreendendo a população branca do Norte, que acreditava que os afro-americanos não seriam bons soldados.

Ironicamente, quando Richmond, a capital confederada, foi capturada, foi um regimento afro-americano que teve a distinção de ser o primeiro a entrar na capital confederada capturada. Lincoln, posteriomente, no mesmo dia, visitou a cidade, protegido por cavalaria formada por afro-americanos.

As federações
Imagem dos Estados Unidos dividido durante a Guerra Civil Americana. Em azul, estão os Estados da União, em vermelho, Estados da Confederação, em azul claro, Estados escravistas que mantiveram-se do lado da União, e em branco, territórios que seriam posteriomente elevados à categoria de Estado. Ambos os lados - a União, composta primariamente por Estados e territórios contra a escravidão, e a Confederação, que primariamente era contra a abolição da escravidão - possuíam "Estados de fronteira" (border states), Estados que localizavam-se na fronteira entre a União e a Confederação. Arkansas, Carolina do Norte, Tennessee e Virgínia eram os Estados de fronteira da Confederação, fazendo fronteira com Estados da União. Delaware, Kentucky, Maryland e Missouri eram os Estados de fronteira da União, fazendo fronteira com a Confederação. Parte da população destes Estados acreditava na causa dos nortistas, e outra parte na causa dos sulistas. Isto fez com que movimentos separatistas surgissem em vários destes Estados, levando à divisão entre diversas famílias. Muitas pessoas destas famílias lutaram pela União, enquanto parentes lutaram pela Confederação. Diversos casos de familiares lutando entre si em batalha foram registrados ao longo da guerra. A União
União (Guerra Civil Americana)
A União é os Estados Unidos da América propriamente dito. Os Estados que compunham a União eram Califórnia, Connecticut, Delaware, Illinois, Indiana, Iowa, Kentucky, Maine, Maryland, Massachusetts, Michigan, Minnesota, Missouri, Nova Hampshire, Nova Jérsei, Nova Iorque, Ohio, Oregon, Pensilvânia, Rhode Island, Vermont e Wisconsin, mais os territórios de Colorado, Dakota Nebraska, Nevada, Novo México, Utah e Washington. Cerca de 22 milhões de pessoas viviam na União no início da guerra, com mais de quatro milhões delas sendo homens entre 15 a 40 anos de idade - a faixa etária adequada para serviço militar.

O Kansas foi elevado à categoria de Estado da União logo no início da guerra. Na região oeste e noroeste do Estado confederado de Virgínia, a maior parte da população era majoritamente leal à União. Em 1863, esta região da Virgínia separou-se da última, assim criando o Estado de Virgínia Ocidental, que logo aderiu à União. O Nevada foi adicionado à lista de Estados da União em 1864. A União enfrentou o separatismo em diversos Estados de fronteira. Grupos separatistas foram criados em Kentucky e em Missouri. Estes grupos enviaram representantes à Confederação, mas os Estados continuaram oficialmente na União. A maioria da população de Maryland e da capital americana, Washington, DC, também apoiava a causa dos sulistas. Porém, o fato de que o governo da União estava localizado em Washington, DC - por direito, o governo dos Estados Unidos controla diretamente a cidade - impediu a saída de Washington da União. Já medidas tomadas pelo governo da União impediram a secessão de Maryland aos Estados Confederados. Isto foi tomado primariamente como uma medida de proteção - a capital americana Washington, DC está localizada entre Virgínia e Maryland.

Lincoln, como comandante-chefe das forças da União, foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a assumir vastos poderes não estabelecidos na Constituição americana. Lincoln suspendeu o direito ao habeas corpus - o direito da pessoa presa a ser ouvida na Corte Judicial. Lincoln recebeu duras crítcas por causa desta ação. O Partido Republicano e o governo de Lincoln receberam duras críticas do Partido Democrático da União, que queria o fim imediato da guerra. Mesmo alguns membros do próprio Partido Republicano, que formavam a ala extremista do Partido, criticaram Lincoln, pedindo por esforços de guerra mais agressivos, a imediata abolição da escravatura e mudanças imediatas na estrutura socio-econômica dos Estados do Sul dos Estados Unidos.

O financiamento dos esforços de guerra foi difícil. Ao longo da guerra, a União gastou cerca de 2,16 bilhões de dólares. Cerca de 20% deste total foram arrecadados através da arrecadação de impostos já existentes. Papéis governamentais - comprados a um preço fixo por uma pessoa, que seria posteriomente, após a guerra, reembolsada juntamente com os juros - arrecadaram 40%. 30% foram tomados emprestados de instituições financeiras. Os 10% restantes foram impressos na forma de papel moeda, impresso em casos de emergência, o que causou grande inflação, na ordem dos 40% o ano, na União. O crescimento anual dos salários dos trabalhadores não acompanhava o mesmo passo do crescimento da inflação, resultando em greves e revoltas por melhores salários e condições de trabalho. Ironicamente, muitas destas revoltas foram iniciadas por sindicatos dominados por brancos, que opuseram-se ao uso de afro-americanos não afiliados a sindicatos por parte das fábricas.

Apesar destes problemas, a Guerra Civil Americana trouxe prosperidade econômica para a União. As necessidades de guerra - armas, roupas, alimentos - estimularam bastante a agricultura e a indústria de manufaturação. A indústria de mineração cresceu drasticamente - a produção de carvão e ferro, especialmente - bem como a produção de aço. O crescimento da produção agropecuária da União - primariamente , algodão, milho, trigo e carne - fez com que exportações para países europeus dobrassem - à época, alimentos na Europa estavam em falta, devido a sucessivas plantações mal-sucedidas - assim compensando pela drástica queda nas exportações destes produtos por parte da Confederação, que estava sob bloqueio em terra e mar durante a guerra.

Alguns atos econômicos instituídos pelo governo da União ajudaram neste período de crescimento econômico. Tais atos estabeleceram um banco central, uma moeda padrão e o Departamento Governamental de Agricultura, em 1861. Atos instituídos em 1862 foram os responsáveis pela aprovação da construção da primeira ferrovia transcontinental americana, pelo fornecimento de lotes de terras no oeste americano a preços nulos ou muito baixos, e o estabelecimento de instituições de ensino superior. Em 1863, o primeiro imposto de renda nacional foi instituído. A forte economia da União não somente foi um dos motivos primários da vitória desta sobre a Confederação, mas como também o principal motivo do grande crescimento econômico dos Estados Unidos após o fim da guerra, que fez do país a maior potência industrial por volta da década de 1890.

Confederação
Os Estados que compunham a Confederação eram o Alabama, Arkansas, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana, Mississippi, Tennessee, Texas e Virgínia. Quando a Guerra Civil Americana começou, o Confederação tinha cerca de 9,5 milhões de habitantes - incluindo 3,5 milhões de afro-americanos. Cerca de um milhão de pessoas brancas do sexo masculino, entre 15 a 40 anos de idade viviam na Confederação.

O presidente da União, Abraham Lincoln, possuía vários poderes não estabelecidos na Constituição. Isto não aconteceu na Confederação. Isto porque muitos sulistas sempre se opuseram a um governo central, onde uma única pessoa possui enormes poderes. Por causa disto, o Congresso da Confederação tornou-se dividido, com alguns membros apoiando o poder concentrado nas mãos de uma única pessoa, e com outros membros se opondo a isso. As relações de alguns Estados da Confederação com o governo da última, bem como entre alguns destes Estados, tornaram-se difíceis. Jefferson Davis, o presidente da Confederação, pediu ao Congresso da Confederação permissão ao exercimento dos poderes exercidos por Lincoln, mas seu pedido foi atendido apenas em parte, e Davis recebeu apenas alguns poderes limitados.

Desde o início da Guerra Civil Americana, o financiamento da guerra mostrou-se extremamente difícil para a Confederação. Ao longo da guerra, a Confederação gastou cerca de 2,5 bilhões de dólares. Cerca de 1% deste total foram arrecadados através da elevação de impostos já existentes. Esta percentagem é muito pequena porque os confederados temiam que uma drástica elevação nos impostos pudesse causar revoltas da elite do país. 39% foram tomados emprestados de instituições financeiras e arrecadados na forma de papéis governamentais. Os 60% restantes foram impressos na forma de papel moeda, gerando, assim, inflação descontrolada, na ordem dos 250% o ano, na Confederação. No final da guerra, os preços em geral estavam cerca de mil vezes mais altos do que no início da guerra. Na Confederação, em 1861, um par de sapatos custava 1,8 dólar e um barril de trigo custava dois dólares. Em 1864, estes itens custavam 200 e 275 dólares, respectivamente, e no final da guerra, o barril de trigo custava mais de mil dólares. Os sulistas passaram a fabricar roupas com tecido de carpete e cortinas e a imprimir jornais em papel de parede.
Ao longo da Guerra Civil Americana, a Confederação tentou adaptar-se às necessidades dos esforços de guerra. Fábricas civis passaram a fabricar armas. A produção de algodão caiu drasticamente, e a produção de cereais aumentou. Mas as condições dos soldados da Confederação eram sensivelmente piores do que a dos soldados da União - em matéria de alimentos e armas. Em desespero, um ato instituído em 1863 permitiu a agentes federais da Confederação o confisco de propriedade civil que pudesse ser utilizada nos esforços de guerra, como cavalos, alimentos, roupas e armas. Os civis eram pagos com o que os agentes decidissem pagar.

A vida na frente de batalha
A vida dos soldados
As condições de vida dos soldados que lutaram na Guerra Civil Americana eram precárias, embora melhores do que em guerras pré-Secessão. Os soldados eram muito mal pagos. As roupas eram precárias, feitas de crua, não processada. Tais roupas costumavam desfacelar-se na primeira chuva. Muitos soldados também não recebiam calçados - especialmente na Confederação, onde a grande maioria dos soldados lutou descalça. A alimentação dos soldados consistia primariamente em trigo, milho, carnes e frutas secas. Estes alimentos muitas vezes não eram estocados ou preparados de forma segura. Além disso, a higiene dos soldados da guerra era precária. Como consequência, mortes devido a cólera, disenteria e outras doenças do sistema intestinal foram comuns ao longo da guerra, tanto quanto o número de mortes causadas por ferimentos de batalha. Inicialmente, cada soldado era responsável por preparar e cozinhar seu próprio alimento. Rapidamente, porém, ambos os lados organizaram companhias cuja única responsabilidade era cozinhar para os soldados de um dado regimento.

A maioria dos soldados usavam rifles capazes de atirar apenas um tiro por vez, tendo de ser então recarregados. O processo de atirar, recarregar e atirar novamente tomava um tempo médio de aproximadamente meio minuto, tempo na qual o portador da arma ficava em uma situação extremamente vulnerável. Estes rifles, porém, tinham um alvo razoável e uma boa distância, para os padrões da época - permitiam o acerto de alvos localizados até 375 metros de distância. Em muitas batalhas, os soldados caminhavam uns próximos aos outros, em formação, tornando-os um alvo fácil para o inimigo. Os soldados da União, porém, eram mais bem equipados. Enquanto tendas eram comuns em acampamentos militares da União, eram um item de luxo para os confederados. A falta de suprimentos na Confederação era grande, e muitos soldados confederados usavam uniformes, calçados e armas coletados de soldados mortos. Outros foram forçados a lutar com uniformes gastos e sem calçados. Muitos soldados confederados morreram por causa da fome. Estes problemas não existiam nas tropas da União. A taxa de mortalidade caso um dado soldado sofresse um ferimento qualquer era de 1 em 7. Na Guerra da Coréia, estas taxas eram 1 em 50.

O número de baixas por batalha era muito alto, cerca de um quinto a um quarto de uma força militar. Estas baixas incluem mortos, feridos, soldados capturados ou desaparecidos. Por causa disto, muitos soldados da Guerra da Secessão começaram a usar crachás contendo seu nome inscrito, no caso que, caso morressem, pudessem ser identificados após a batalha. Tais crachás eram rústicos, feitos de papel, escrito a caneta, e simplesmente colados ou colocados em bolsas.

Saúde
A saúde dos soldados era precária. Para cada soldado que morria em batalha morriam dois por causa de doenças tais como cólera, disenteria, febre tifóide, malária e tuberculose. Os principais fatores da disseminação destas doenças eram as péssimas condições de estoque e preparo de alimentos, falta de higiene e de uma dieta balanceada, e do não-conhecimento da importância da esterilização de certos itens de uso médico. Fratura e especialmente deslocamentos nos braços e/ou nas pernas resultava quase sempre em amputação.

Ao longo da guerra, vários feridos e soldados doentes foram tratados em hospitais localizados em cidades, tanto na União como na Confederação. A maioria, porém, recebia tratamento em facilidades sanitárias temporárias, tais como acampamentos hospitalários localizados próximos das frentes de batalha, navios-hospitais e estruturas comerciais convertidas para uso médico. O uso de cavalos para o transporte de feridos a hospitais foi grande durante a guerra por ambos os lados. Organizações não-governamentais também contribuíram nos cuidados médicos. Uma delas, a United States Sanitary Commission, cuidou de soldados de ambos os lados. Prisioneiros confederados esperando para serem levados a prisões.

As mulheres tiveram um papel essencial nos hospitais e outros institutos de saúde. Entre elas, está Mary Walker, uma cirugiã, e única mulher a receber a Medalha de Honra dos Estados Unidos. Milhares de mulheres atuaram como voluntárias, trabalhando como enfermeiras, tanto nas forças da União quanto nas forças da Confederação.

Prisoneiros de guerra

Prisioneiros confederados esperando Em azul, estão os Estados da União, em vermelho, Estados da Confederação, para serem levados a prisões. em azul claro, Estados escravistas que antiveram-se do lado da União, e em branco, territórios que seriam posteriomente elevados à categoria de Estado.
Cerca de 211 mil soldados da União e 215 mil soldados da Confederação foram capturados pelo inimigo, que ficaram presos em aproximadamente 30 prisões ou em acampamentos temporários. Dos 211 mil nortistas capturados, 16 mil foram soltos com a condição que prometessem não lutar contra a Confederação novamente. Soldados afro-americanos nortistas capturados por forças sulistas eram frequentemente torturados e/ou assassinados pelos soldados confederados.

Nem a União quanto os confederados tinham as facilidades necessárias para acomodar grandes números de prisioneiros. A Guerra Civil Americana foi a primeira guerra vez onde o país teve que lidar com grandes números de prisioneiros, e por isto, o tratamento dado por ambos os lados aos seus prisioneiros variavam bastante. As condições de vida dos prisioneiros de guerra eram péssimas, por causa de prisões lotadas e falta de cuidados sanitários adequados. Os prisioneiros de guerra da União enfrentaram as piores condições, visto que os próprios soldados da Confederação enfrentavam a falta de alimentação e de vestuário. Muitos prisioneiros morreram na prisão. Estas prisões seriam atualmente consideradas inabitáveis, em padrões atuais. O sofrimento entre os prisioneiros de guerra era universal e severo, como muitos posteriomente testemunhariam. As principais prisões sulistas foram Libby e Castle Thunder, duas prisões que eram anteriormente depósitos antes da guerra, localizados em Richmond; Belle Isle em Columbia, Carolina do Sul, e Camp Sumter, em Andersonville, Geórgia.

As principais prisões nortistas foram Elmira, em Point Look, sul de Nova Iorque, John's Island, na Baía de Chesapeake, Camp Douglas em Chicago, Illinois; e Rock Island em Iowa.
Frentes de batalha
Aproximadamente dez mil confrontos militares ocorreram durante a guerra, 40% deles na Virgínia e no Tennessee.

O Plano Anaconda

O Plano Anaconda foi criado pelo General da União Winfield Scott, e entrou em uso em 1862. Instituiu um cerco da Confederação por parte da União, através de um bloqueio naval, do controle do Rio Mississippi e do Rio Tennessee, assim, cercando e dividindo totalmente a Confederação.

O bloqueio naval da Confederação - cujo objetivo era bloquear a exportação de algodão, tabaco e alimentos a países europeus, e a importação de armamentos - implicou a constante vigilância de 4,8 mil quilômetros de litoral sulista, uma tarefa de início considerada impossível. Porém, o bloqueio atingiu bons resultados nos primeiros seis meses de operação e era quase inexpugnável após dois anos do início da guerra. Já os rios Mississippi e Tennessee forneciam fácil e direto acesso a várias cidades importantes da Confederação.

Além destes três objetivos primários, o Plano Anaconda também tinha como objetivo a captura da capital da Confederação, Richmond. Esta não tinha valor estratégico, exceto os bons efeitos na moral da população da União, e do choque desferido à moral da população da Confederação.

A frente marítima
A União dispunha de uma grande vantagem desde o início da guerra, que era o controle da Marinha americana. No início da guerra, alguns navios da União atracados ou fundeados em portos confederados foram capturados, mas a grande maioria permaneceu sob controle da União. A capacidade industrial da União, além disso, permitiu que esta construísse rapida e eficientemente vários navios de guerra. Em 1861, a Marinha da União tinha cerca de nove mil marinheiros, 90 navios (42 em comissão) e um orçamento anual de 12 milhões de dólares. No final da guerra, esta Marinha tinha 56 mil marinheiros, 626 navios, dos quais 65 eram encouraçados, e um orçamento anual de 123 milhões de dólares. O bloqueio econômico e militar em mar da Confederação tornou-se eficiente, porém, somente a partir do final de 1863.
A Confederação, no início da guerra, possuía poucas unides navais de combate, sendo formada basicamente por aqueles navios capturados em portos confederados. Os confederados, porém, conseguiram construir uma Marinha através da compra de navios europeus, da captura de navios da União e também pela construção própria. A primeira batalha entre navios encouraçados da história ocorreu em 9 de março de 1862, onde o USS Monitor da União enfrentou o CSS Virginia da Confederação. Estes também produziram submarinos. Um deles, o Hunley, afundou o USS Housatonia, em meados de 1863. Foi a primeira vez na história militar que um submarino afundara outra embarcação naval.

Diversos navios confederados destacaram-se por seus feitos. O Sumter afundou 18 navios nortistas em 1862, e o Florida capturou 37 navios em 1863, no Oceano Atlântico. O Shenandoah capturou 38 navios do norte no Oceano Pacífico. O navio mais famoso da Confederação foi o Alabama, que afundou 69 navios da União entre 1862 e 1864, até ser afundado pelo USS Keargage, em junho de 1864. O aumento dos preços de seguros nos Estados Unidos levou à séria deterioração da marinha mercante americana, cujos efeitos perdurariam até meados do século XX.

O bloqueio econômico e militar da Confederação começou a surtir grande efeito a partir de 1864. Navios da Confederação não conseguiam mais quebrar este bloqueio com sua Marinha. Gradualmente, cidades portuárias importantes da Confederação foram capturadas pela União. Ao final da guerra, apenas o porto de Galveston, Texas, permanecia livre e nas mãos dos confederados.

A frente diplomática
O governo da Confederação estava confiante que diversos países europeus reconheceriam a independência da Confederação, e que o Reino Unido e possivelmente a França iriam ajudar financeiramente, politicamente e militarmente a Confederação. A indústria têxtil dos dois últimos países europeus dependiam do algodão produzido nos Estados do Sul. Esta política de diplomacia foi a "diplomacia do algodão" - ou estes países vinham em ajuda à Confederação, ou corriam o risco de sofrer grandes crises econômicas por causa da falta de matéria-prima - à época, a indústria têxtil era uma das bases das economia da França e do Reino Unido.

Os primeiros conflitos diplomáticos entre a União e o Reino Unido teriam início em 8 de novembro de 1861, quando navios militares da União interceptaram um navio britânico e forçadamente aprisionaram dois diplomatas confederados, indo em direção ao Reino Unido. A crise agravar-se-ia após o governo britânico ter permitido à Confederação o direito de construir navios no país. Quando o governo americano soube que os confederados estavam construíndo dois grandes ironclads no Reino Unido, o embaixador americano no Reino Unido disse que "isto é guerra". O Reino Unido confiscou os dois navios pouco antes do término da construção de ambos. O clímax da crise diplomática aconteceu em agosto de 1862, quando os confederados invadiram Maryland, tendo derrotado os nortistas na Segunda Batalha de Bull Run. O Reino Unido, então, estava pronto para anunciar sua disposição de fazer uma mediação entre a União e a Confederação, que geraria ou a independência da Confederação ou da entrada do Reino Unido na guerra, caso os confederados conseguissem mostrar serem capazes de vencer a guerra. Porém, a derrota confederada na Batalha de Antietam, bem como na batalha subsequente de Gettysburg, fez com que o Reino Unido assumisse uma posição de neutralidade deste então. Napoleão III ofereceu mediação em janeiro de 1863, oferta recusada por William Seward.

Nenhum país reconheceu a independência da Confederação, reconhecendo-a como um novo país, com exceção do reino alemão de Saxe-Coburgo-Gota. Diplomatas da União persuadiram as potências européias a não reconhecer a independência da Confederação. O bloqueio em terra e mar da Confederação, por parte da União, reduziu ao mínimo a importação de armas da Europa e a exportação de algodão e de alimentos. Além disto, o algodão necessário à indústria têxtil européia começou a vir da União, e das colônias britânicas de Egito e Índia, e os alimentos passaram a ser fornecidos diretamente pela União e pelo Canadá, então ainda colônia britânica. Próximo ao final da guerra, em novembro de 1864, Jefferson enviou Duncan F. Kenner à Europa para propor a abolição da escravatura na Confederação em reconhecimento da independência da mesma por parte do Reino Unido e/ou da França. Ambos os países rejeitaram a proposta.

Frente Oriental

Imagem dos Estados Unidos, indicando a localização das batalhas da guerra, por frentes e por ano.

(Região do Atlântico): 1861 - 1863 A Batalha de Fort Sumter foi a primeira batalha da Guerra Civil Americana, onde forças confederadas sob o comando do General Pierre Beauregard atacaram Fort Sumter, um quartel-general da União em Charleston, Carolina do Sul. As tropas da União dentro do forte renderam-se em 15 de abril, e foram transportadas no dia seguinte ao território da União. Esta batalha não registrou baixas. Após a captura de Fort Sumter, quatro Estados do norte do Sul americano (Tennesee, Arkansas, Carolina do Norte e Virgínia), que até então haviam repetidamente recusado ofertas de entrada à Confederação, recusaram ordens da União em atacar seus vizinhos do Sul, declararam secessão, e juntaram-se à Confederação. Para recompensar Virgínia, a capital da Confederação foi movida para Richmond, localizado no centro de um Estado densamente povoado, e que poderia recrutar uma quantidade considerável de soldados e material bélico, apesar de sua localização geográfica, altamente vulnerável contra ataques da União.

Logo após a captura de Fort Sumter, uma tropa da União, composta de aproximadamente 18 mil soldados, assegurou posse do trecho norte do Rio Shenandoah - a oeste das capitais da União e da Confederação - enquanto forças confederadas comandadas pelo General Joseph Johnston controlavam as partes inferiores do rio. O número total de soldados confederados à época era de 35 mil soldados. Imagem dos Estados Unidos, indicando a localização das batalhas da guerra, por frentes e por ano.

Enquanto isto, outra tropa da União, composta de aproximadamente 30 mil soldados e comandada pelo General Irwin McDowell, moveu-se em direção ao sul, em território confederado. McDowell decidiu atacar as forças de Beauregard em Manassas - localizado a 25 quilômetros de Washington, DC - e ao mesmo tempo, manter as forças do general confederado Johnston - que veio em auxílio de Beauregard - ocupadas. Porém, as forças de Johnston conseguiram esquivar-se das forças de McDowell e juntaram-se com as forças de Beauregard. A Primeira Batalha de Bull Run começou em 21 de julho, onde as duas forças, compostas primariamente de soldados mal-treinados e recrutados à pressa, encontraram-se. As forças da União atacaram as posições dos confederados por diversas vezes, mas não obtiveram sucesso - em parte, graças aos esforços do General confederado Thomas Jackson, que foi apelidado posteriomente de "Stonewall". Eventualmente, as forças de Beauregard contra-atacaram, e as forças da União recuaram às pressas para Washington. Alguns líderes sulistas cogitaram após a batalha um ataque contra Washington - uma vez que as tropas sulistas estavam a apenas alguns quilômetros da capital da União, por cima, mal-defendida. Posteriomente, alguns sulistas lamentariam o fato de não terem aproveitado esta oportunidade em atacar Washington, juntamente com o Estado de Maryland - uma vez que a maioria da população de ambas era pró-confederação.

Após esta batalha, a previsão dos nortistas que a guerra terminaria em apenas três meses mostrou-se incorreta, e que uma longa guerra era esperada. Por mais de dois anos, a auto-estima dos confederados quanto a uma vitória confederada ficaria em alta.

Primeira invasão nortista da Virgínia

Imagem do confronto entre o Virginia da Confederação e do Monitor da União.

Após a derrota em Bull Run, Lincoln fez do General George McClellan o comandante das Tropas de Potomac. Ao longo do inverno de 1861-1862, McClellan gradualmente juntou uma força com a qual ele planejava tomar a capital sulista, Richmond - localizada a apenas 100 quilômetros do Oceano Atlântico e diretamente acessível pelo Rio James - através de uma invasão marítima. Porém, durante o transporte das tropas, um ironclad confederado, o Virginia, atacou os navios da União, afundando dois deles, antes de confrontar-se com outro ironclad, o Monitor, a primeira batalha entre ironclads do mundo. Eventualmente, o Virgina bateria em retirada, e posteriomente, a União fabricaria mais encouraçados baseado no Monitor.

Após a batalha, McClellan e suas tropas desembarcaram no litoral da Virgínia, capturando rapidamente Yorktown. McClellan, porém, não arriscou-se a subir o Rio Virgínia - onde o encouraçado de mesmo nome havia batido em retirada - usando uma rota secundária como alternativa. No final de maio de 1862, McClellan estava a apenas dez quilômetros da capital confederada. Os confederados realizaram um contra-ataque, e forças confederadas, comandadas por Johnston, atacaram as forças da União em 31 de maio, na Batalha de Seven Pines. Porém, os confederados foram mal-sucedidos, e após dois dias, recuaram. Johnston, ferido, foi substituído pelo General Robert Lee. Este renomeou as tropas de Johnston de Tropa da Virgínia do Norte.

O maior medo dos confederados então era o possível recebimento de reforços vindos da capital da União por parte das tropas de McClellan - o que dificultaria a situação da capital confederada, ainda sob cerco das tropas de McClellan. O General Jackson decidiu, em um movimento arriscado, movimentar-se em direção a Washington. Jackson queria confundir tropas nortistas, fazendo-as pensar que os sulistas atacariam Washington. Jackson e sua tropa de 17 mil cavaleiros avançaram entre 4 de maio a 9 de junho 560 quilômetros em direção ao Rio Potomac, a fronteira entre Virgínia e a capital da União, derrotando quatro vezes tropas nortistas. Após ter alcançado o Rio Potomac, logo ao sul de Washington, Jackson recuou. Este movimento confederado resultou no cancelamento do enviamento de esforços que a União planejava enviar a McClellan.

Ainda em junho, uma tropa confederada de 1,2 mil cavaleiros, comandados pelo General Jeb Stuart, galopou em torno das tropas de McClellan, perdendo apenas um único cavaleiro. Este feito repercutiu positivamente entre a população confederada, e deu às forças confederadas importantes informações sobre as forças de McClellan. Em 25 de junho, Robert Lee atacou, ao comando de 95 mil soldados, as forças de McClellan. A batalha perdurou até 1 de julho. McClellan decidiu recuar em 2 de julho, acreditando estar em desvantagem numérica. McClellan foi ordenado a juntar-se com as tropas do General John Pope, localizado em Manassas.

Maryland

Canhões da União bombardeiam posições confederadas.
Os sulistas souberam dos planos da União. Assim sendo, as forças de Lee moveram-se em direção ao norte, com o objetivo de atacar Pope, antes que as forças de McClellan pudessem juntar-se às forças de Pope. Enquanto isto, novas tropas confederadas sob o comando de Jackson, recuperado de seus ferimentos, moveram-se à frente de Lee, e ao norte de Pope, com o propósito de atrair o último para uma armadilha. Em 29 de agosto de 1862, a Segunda Batalha de Bull Run teve início. Pope atacou Jackson. No mesmo dia, as tropas de McClellan chegaram e foram imediatamente ordenadas a atacar Jackson. Ainda no mesmo dia, Lee, juntamente com forças do General confederado James Longstreet, atacou Pope e McClellan, ao sul. Em 30 de agosto, Pope e McClellan, cercados por duas frentes, foram obrigados a recuar definitivamente para Washington. Canhões da União bombardeiam posições confederadas.

Após esta vitória, forças sulistas, um total de 45 mil soldados comandados por Lee e Jackson, atacaram Maryland em setembro, esperando que uma vitória confederada em território sulista iria atrair a atenção e o reconhecimento das potências européias. McClellan e seus 87 mil soldados foram de encontro às forças de Lee. Em 15 de setembro, as forças confederadas de Jackson uniram-se com as de Lee. Este tomou a defensiva, ao saber que a União havia encontrado um documento importante confederado, detalhando posições e estratégias. Em 17 de setembro, na Batalha de Antietam, McClellan realizou uma série de ataques que destruiu as formações de defesa de Lee, que foi forçado a recuar. 17 de setembro de 1862 foi o dia mais sangrento da Guerra Civil Americana, onde morreram cerca de 2,1 mil nortistas e 1,5 mil sulistas. Esta batalha, uma vitória nortista, resultou no lançamento de Abraham Lincoln - que esperava uma grande vitória nortista para fazer isto - da Proclamação de Emancipação.
Fredericksburg e Gettysburg

McClellan, ao longo da batalha de Antietam, possuía uma grande vantagem numérica sobre os confederados, e mesmo assim, não arriscou-se a perseguir as tropas de Lee. Por isto, Lincoln decidiu substituir McClellan pelo General Ambrose Burnside. Burnside decidiu atacar Lee em Fredericksburg, Virgínia. Na Batalha de Fredericksburg, 100 mil soldados nortistas encontraram-se com 70 mil soldados confederados. Porém, os confederados possuíam uma vantagem estratégica, por estarem posicionados defensivamente no alto de morros fortificados. Burnside lançou um ataque em 13 de dezembro, mas falhou largamente. Cerca de 13 mil nortistas morreram, e Burnside decidiu renunciar do cargo de general das tropas do Potomac. Burnside foi substituído pelo General Joseph Hooker. Comandante de 138 mil soldados, Hooker decidiu atacar Lee, que ainda mantinha a defensiva em Fredericksburg. Hooker planejava atacar os fortes, mantendo-os enquanto uma força secundária atacaria os fortes por trás, cercando os fortes por dois lados. Estes movimentos começaram em 27 de abril de 1863, iniciando assim a Batalha de Chancellorsville, e estava como o planejado, mas Hooker, inexplicavelmente, decidiu recuar a força secundária para uma posição defensiva em Chancellorsville. Lee dividiu então suas forças em três: uma sob o comando de Stonewall, encarregado de atacar a força secundária, outra comandada pelo próprio Lee, que atacou a força principal de Hooker, e uma terceira força, que continuou a defender os morros fortificados. O ataque sulista, realizado em 2 de maio, dividiu as forças nortistas em duas. Hooker decidiu recuar alguns dias depois. Os sulistas obtiveram sucesso, mas pagaram um preço por ela: o braço esquerdo de Jackson foi atingido por um tiro, e teve de ser amputado. Jackson morreria em 10 de maio. Lee disse posteriomente a um dos serventes de Jackson, antes da morte do último:

"Ele [Jackson] perdeu seu braço esquerdo, mas eu acabei de perder meu braço direito."

Em junho, Lee e suas tropas moveram-se ao norte, bem dentro de território da União, até a Pensilvânia. A tropa de Potomac seguiu as tropas de Lee. Eventualmente, Lee moveu-se em direção à pequena vila de Gettysburg, Pensilvânia. Lincoln substituiu então Hooker por George Meade, um General nativo da Pensilvânia. A Batalha de Gettysburg teve início em 1 de julho, e prosseguiu por três dias, onde 85 mil nortistas e 65 mil sulistas enfrentaram-se no que é considerada a maior batalha já realizada no continente americano. A batalha resultou em decisiva derrota confederada, e Lee foi forçado a recuar definitivamente. Tendo perdido mais de 25 mil soldados, Lee, a partir deste ponto, não teria mais força suficiente para posteriomente lançar um ataque primário, ficando apenas na defensiva. Meade, por outro lado, com grande vantagem numérica e ainda tendo recebido reforços após a vitória, optou por não seguir as tropas confederadas em retirada, para o desgosto de Lincoln, que decidiu subsituir Meade por Ulysses S. Grant.

A Frente Ocidental
(Região Central dos EUA): 1861 - 1863 Desde o início da Guerra Civil Americana, a iniciativa do ataque na região central dos Estados Unidos esteve sempre do lado da União. Segundo o plano Anaconda, dois dos principais objetivos da guerra era a captura e o controle do Rio Mississippi e do Rio Tennessee, assim dividindo efetivamente a Confederação em quatro. As tropas da União na frente ocidental totalizavam aproximadamente 100 mil soldados durante seu pico, no final da guerra, e eram controladas pelos Generais Henry W. Halleck e Don Carlos Buell. As forças sulistas no ocidente totalizaram cerca de 70 mil soldados durante seu máximo, em 1863. Estas forças eram controladas pelo General Albert Sidney Johnston.

Kentucky e Alabama
A União decidiu primeiramente remover a ameaça confederada nos Estados de Kentucky e Missouri, ambos Estados da União, mas com uma considerável parcela da população apoiando os confederados. Para isto, a União atacou os fortes de Fort Henry, no Rio Tennessee, e o Fort Donelson, no Rio Cumberland. Ambos os ataques nortistas foram liderados pelo General Ulysses S. Grant. Grant conquistou facilmente Fort Henry em 6 de fevereiro de 1862, na Batalha de Fort Henry. Na Batalha de Fort Donelson, Grant possuía grande superioridade numérica sobre as forças confederadas. O General confederado, Simon Bolivar Buckner, pediu por "termos aceitáveis de rendição" - Buckner anteriormente era um amigo de Grant, inclusive tendo emprestado dinheiro a Grant em 1854 - mas Grant respondeu que "apenas a rendição completa e incondicional das tropas confederadas seria aceita". Buckner rendeu-se em 16 de fevereiro, e cerca de 13 mil soldados confederados foram capturados. A Batalha de Pea Ridge, que durou de 6 até 8 de março, foi vencida pelo general nortista Samuel Curtis, acabou definitivamente com a ameaça confederada em Kentucky e Missouri, e fez com que Grant - cujas iniciais eram U.S. - fosse cognomeado de Unconditional Surrender ("Rendição Incondicional"), e um herói, pela mídia americana.

Rio Mississippi
O General Halleck tornou-se ainda em março líder das forças da União no ocidente. Ele ordenou a Buell que juntasse suas forças com os aproximadamente 40 mil soldados sob o comando de Grant. O confederado Sidney e seu comandante, Beauregard - comandantes de uma tropa de 45 mil soldados - decidiram atacar Grant antes que Buell juntasse suas forças. A Batalha de Shiloh, em Corinth, Tennessee, teve início em 6 de abril, e durou até o dia seguinte. As tropas confederadas pegaram Grant desprevenido, e as forças deste foram quase aniquiladas. Graças às tropas de Buell - 18 mil soldados - e outros reforços, Grant contra-atacou, e os sulistas foram obrigados a recuar. Cerca de 13 mil nortistas e 11 mil sulistas morreram. Halleck tomou controle das forças de Grant e Buell. Vários nortistas exigiram que Grant fosse dispensado como general, por causa das grandes baixas, mas Lincoln recusou.

Após a vitória em Corinth, Halleck moveu suas forças em direção ao sul, forçando gradualmente as forças sulistas a recuarem. Em junho, os nortistas já haviam conquistado Memphis, uma cidade de importância primária aos confederados. Além disso, forças navais da União começaram a avançar, partindo do Golfo do México, rumo ao norte. Em 25 de abril de 1862, um esquadrão naval comandado pelo Capitão David Farragut conquistou New Orleans, localizada próxima ao estuário do Rio Mississippi, com relativa facilidade.

Halleck deixou suas tropas pouco depois da conquista de New Orleans e foi a Washington, DC, para servir como conselheiro militar de Lincoln. Halleck deu à Grant e à Buell o controle das forças do ocidente, e ordenou a Buell que invadisse Chattanooga. O General confederado Braxton Bragg, porém, invadiu Kentucky antes que Buell pudesse atacar, e Buell foi de encontro às forças de Bragg. Na Batalha de Chattanooga, ocorrida em 8 de outubro, nenhum lado venceu, mas Buell recuou, permitindo a Bragg o controle temporário de parte do Kentucky. Lincoln substituiu Buell por William Rosecrans. Este atacou Bragg em 31 de dezembro, na Batalha de Stones River, forçando-o a recuar.

Enquanto isto, por diversas vezes Grant tentara capturar Vicksburg, a última cidade-chave confederada que faltava para ser capturada pelos nortistas no Rio Mississippi. Estes ataques, no setor norte da cidade, resultaram em falha, graças às condições geográficas da região. Em abril de 1863, Grant decidiu mudar sua estratégia, e, na noite de 18 de maio, Grant e parte de suas forças moveram-se em direção ao sul, através de barcos. Quando os confederados descobriram, já era tarde demais, e os nortistas cercavam completamente a cidade, que rendeu-se em 4 de julho. O Rio Mississippi estava totalmente em mãos nortistas.


Prisioneiros confederados esperando para serem levados a prisões.

Rio Tennessee





Em setembro, Rosecrans e seus 55 mil soldados atacaram Chattanooga, e Bragg foi novamente forçado a recuar. Porém, Rosecrans continuou a perseguir Bragg. Este recebeu reforços vindos da Virgínia por ferrovias, e o número de soldados sobre o comando de Bragg subira de 30 mil para mais de 65 mil. Na Batalha de Chickamauga, em 20 de setembro, a Confederação teve sua última vitória importante em toda a Guerra de Secessão. Bragg e suas forças recuaram para Chattanooga, a cidade mais importante no Rio Tennessee, enquanto Rosecrans foi afastado, e o comando supremo da Frente Ocidental foi dado a Grant. Entre 23 e 25 de novembro, tropas nortistas comandadas por Grant enfrentaram as tropas de Bragg na Batalha de Chattanooga, e os sulistas recuaram no dia 26. A conquista da cidade signficava que o Rio Tennesse estava em mãos nortistas, dividindo o leste da Confederação em dois. Frente do Pacífico: 1861 - 1865 Embora geograficamente isolado das batalhas do centro-leste dos Estados Unidos (a oeste do Rio Mississippi), o oeste americano foi o palco de batalha de um número de ações militares. Em 1861, os confederados lançaram uma campanha bem-sucedida no Território do Novo México. Os habitantes do sul deste território apoiavam os confederados, e pediram a tropas confederadas em Texas que removessem tropas da União ainda presentes na região. O território confederado de Arizona foi proclamado pelo Coronel John Baylor, após as Batalhas de Mesilla e da captura de diversas forças nortistas, porém as tentativas da Confederação em gradualmente avançar em direção ao norte e ao oeste do país foram mal-sucedidas - especialmente após a Batalha de Glorieta Pass, onde dois mil nortistas travaram o avanço confederado em direção a Denver e a Fort Union, tendo um texano dito inclusive que "se não fosse por estes demônios de "Pike's Peak", este país teria sido nosso." O Arizona foi recapturado pela União em 1862 por forças nortistas procedentes da Califórnia. O resultado da batalha de Glorieta Pass acabou com qualquer possibilidade da Confederação de tomar o Novo México e outros territórios no extremo ocidente dos Estados Unidos. A União por diversas vezes tentou capturar as regiões confederadas de Texas e de Louisiana, localizadas além do Mississippi, desde 1862 até o final da guerra. Com todos os portos confederados no Atlântico bloqueados pelo Plano Anaconda, o Texas e a Louisiana continuavam a alimentar as reservas monetárias da Confederação, uma vez que o algodão - ao menos, parte dele - continuou a ser exportado para a Europa, sendo transportados via o México e dali transportadas para a Europa, e comercializadas por dinheiro ou diretamente por suprimentos. Os nortistas tentaram por diversas vezes tentaram acabar com isto, através de sucessivos ataques contra estes dois Estados. Porém, os confederados defenderam bravamente estes Estados, na Batalha de Galveston e na Segunda Batalha de Sabine Pass. A última batalha da Guerra Civil Americana ocorreu em Texas, na Batalha de Palmito Ranch - que resultou, ironicamente, em uma vitória confederada. Queda da Confederação Em 1864, já estava claro que a Confederação havia perdido a guerra. Suas forças gradualmente diminuíam, graças a baixas em batalhas e à conquista de território confederado por parte da União, assim diminuindo o número de recrutas. Além disso, equipamentos estavam em falta, e a maioria do sistema de transportes da Confederação ou havia passado ao controle da União (caso da bacia hidrográfica do Rio Mississippi e do Rio Tennessee) ou havia sido sabotado (ferrovias). Porém, os sulistas continuaram a resistir bravamente contra os ataques da União. Em 9 de março de 1864, Lincoln deu a Grant o comando de todas as forças da União. Em maio, Grant e a Tropa do Potomac, comandada por Meade, moveram-se para uma região nomeada Wilderness - uma região de florestas e arbustos - atraindo assim o confederado Lee e suas forças. Grant, comandante direto de 118 mil soldados, achava que, com quase o dobro de soldados (Lee tinha apenas 60 mil soldados), venceria facilmente a batalha. A Batalha de Wilderness iniciou-se em 5 de maio e perdurou por dois dias. A vegetação densa deu a vantagem para Grant. A cavalaria e os canhões nortistas mostraram-se inúteis na região. Além disso, eventualmente, os arbustos pegaram fogo, e vários soldados morreram queimados. Ambos os lados eventualmente recuaram, tendo sofrido enormes perdas. Em maio de 1864, Sheridan, comandante de uma tropa de 100 mil soldados, por ordens de Grant, invadiu e conquistou muito do sudeste da Confederação. Sheridan conquistou Atlanta ainda em maio, tendo enfrentado resistência de uma força confederada de aproximadamente 60 mil soldados, comandadas por Joseph Eggleton Johnston. Este eventualmente recuou, e foi substituído por John Hood. Este decidiu invadir o Tennessee, esperando que Sheridan fizesse o mesmo. Hood acreditava que podia vencer Sheridan no terreno montanhoso do Tennessee. Porém, na Batalha de Franklin, em 30 de novembro, Hood foi derrotado pelo General nortista John Schofield. Hood recuou para Nashville, Virgínia, e foi derrotado definitivamente por Sheridan e seus 55 mil soldados na Batalha de Nashville, em 16 de dezembro. Enquanto isto, ao longo de maio de 1864, Grant tentou em uma série de ataques "tudo-ou-nada" contra a capital confederada, Richmond. A Batalha de Spotsylvania Court, ocorrida em 8 de maio, teve os mesmos resultados de Wilderness. Em 3 de junho, Grant, ao comando de 50 mil soldados, ordenou um ataque a Cold Habor e seus 30 mil soldados, localizada imediatamente ao norte de Richmond. Os confederados, bem entricheirados, conseguiram desferir aproximadamente 7,5 mil baixas em apenas alguns minutos contra Grant, que foi forçado a recuar. Grant foi apelidado de "açougueiro" pela mídia nortista, tendo perdido 45 mil soldados em apenas um mês. Sabendo que um ataque frontal e direto contra Richmond seria desastroso, Grant moveu suas forças em direção ao sul, ao sul do Rio James, para atacar Petersburg, um pólo ferroviário que abastecia Richmond com suprimentos. A captura de Petersburg forçaria Lee a sair da cidade para defender a capital confederada. Ao invés de um ataque direto, Grant desta vez preferiu cercar Petersburg e lentamente estagná-la com a falta de suprimentos. Assim sendo, trincheiras foram cavadas em torno da cidade e ferrovias alimentando a cidade foram cortadas. Por um ano Petersburg ficou cercada, até que nos primeiros dias de abril de 1865 as instalações ferroviárias de Petersburg foram finalmente capturadas pelas forças de Grant. Lee foi forçado então a fugir da cidade, e forças nortistas capturaram Richmond em 10 de abril. Grant continuou a perseguir Lee e sua força, que batia em retirada, tendo conseguindo cercá-lo em Appomattox. Lee, ao controle de 50 mil soldados, viu que uma vitória era impossível contra os aproximadamente 120 mil soldados de Grant, e Lee pediu por termos da rendição em 8 de abril. No dia seguinte, Grant e Lee encontraram-se na corte judicial de Appomattox, onde Grant ofereceu termos relativamente generosos de rendição. A Guerra Civil Americana não acabara oficialmente, mas a rendição da principal tropa confederada significava que o fim da guerra era uma questão de tempo. Em 14 de abril, Lincoln foi assassinado por um extremista sulista, mas isto em nada afetaria o rumo da guerra. Gradualmente, outros generais confederados renderam-se. As últimas tropas sulistas renderam-se em 28 de junho de 1865. Análise da guerra Até hoje, muito se discute por que a União venceu (ou por que a Confederação perdeu) a guerra. As vantagens da União que contribuíram para o sucesso desta, e que são largamente aceitas entre historiadores, incluem: A economia industrializada do Norte, em contraste com a economia agrária do Sul. Esta economia industrializada ajudou na fabricação de armas e outros suprimentos. A grande e eficiente malha ferroviária do Norte, que permitiu o transporte rápido de tropas. Apesar de o Sul ter ao longo da guerra mais quilômetros de ferrovias per capita, várias destas ferrovias não eram compatíveis entre si, e não formavam uma malha ferroviária consistente - as tais ferrovias serviam primariamente para o transporte de algodão dos campos para os portos. A Guerra Civil Americana foi a primeira guerra da história onde ferrovias desempenharam um importante papel. Uma maior população, e taxas maiores de imigração no Norte, que possibilitou que mais pessoas pudessem atuar na guerra como soldados. A possessão de uma forte força naval, que levou ao bloqueio econômico bem-sucedido da Confederação por mar. O governo estável e popular da União. A causa moral proclamada pela Proclamação de Emancipação, que deu à União um incentivo adicional em continuar os esforços de guerra. O recrutamento de afro-americanos às forças da União, após a "Proclamação de Emancipação", que foram usados primariamente como arma ideológica contra a Confederação. Afro-americanos não foram autorizados a atuar nas forças militares da Confederação até as semanas finais da guerra. O péssimo uso de recursos existentes em ofensivas por parte da Confederação, e na falha desta em usar táticas de guerrilha contra o sistema de transportes e de comunicação da União. A falha da Confederação em conseguir suporte militar de qualquer outro país, primariamente por causa dos resultados da Batalha de Antietam e da Proclamação de Emancipação, em 1863. [editar] Desfecho Custos da guerra Soldados confederados mortos na Batalha de Fredericksburg. A guerra terminou com a rendição incondicional das forças confederadas. Não houve conflitos de guerrilha significante. Muitos oficiais do alto escalão da Confederação escaparam para a Europa, o México e o Brasil, entre outros países. Davis foi capturado e aprisionado por dois anos, e libertado em seguida. Nenhum oficial confederado foi processado por traição. Baixas Oficialmente, um total de 558 052 soldados morreram durante a Guerra Civil Americana. Considerando soldados desaparecidos, o total sobe para aproximadamente 620 mil. O número de feridos é de aproximadamente 275 mil na União e de 137 mil na Confederação. Estes números fazem da Guerra Civil Americana a mais sangrenta de toda a história dos Estados Unidos. Aproximadamente 360 mil soldados da União e 198 mil da Confederação morreram. O número de americanos mortos na Guerra Civil Americana é maior do que a soma de americanos mortos durante todos os outros eventos da história militar dos Estados Unidos, desde a Revolução Americana de 1776 até tempos atuais. Três quintos de todas as mortes foram causados por doenças, um quinto por lesões e ferimentos e apenas um quinto morreu diretamente em combate. Socio-econômicos e culturais A Guerra Civil Americana drenou os recursos financeiros do Norte e arruinou completamente a economia do Sul. O custo total da guerra foi de 115 bilhões de dólares. Grande destruição ocorreu no Sul por causa da guerra. Inúmeras fábricas, estabelecimentos comerciais e residências foram destruídos e campos foram queimados pelos soldados do Norte. O monopólio mundial do algodão sulista foi destruído. Imediatamente após a guerra houve o aparecimento de grandes ressentimentos e atritos entre a população do Sul e do Norte dos Estados Unidos, que perduraram por várias gerações. Ressentimentos da população sulista contra o Partido Republicano, o partido de Abraham Lincoln, também surgiram. Os republicanos teriam grandes dificuldades em vencer quaisquer eleições federais até a década de 1970, e mesmo em tempos atuais, os Estados do Sul são governados em sua grande parte por democratas. Nenhum programa governamental foi previsto para a integração profissional e econômica do Sul aos Estados Unidos da América. O Sul perdeu toda sua influência política, econômica e cultural nos Estados Unidos. Os ideais tradicionais do Sul passaram a não ter nenhuma influência no governo federal. Enquanto o conflito assolava os Estados americanos, a exportação de algodão pelos Estados do Sul ao Reino Unido ficou altamente prejudicada - o setor têxtil inglês a importar algodão de duas de suas colônias - o Egito e a Índia, e também incentivando outros países produtores de algodão - inclusive, o setor algodoeiro no Brasil. Foi o "surto nas exportações brasileiras de algodão". A Guerra Civil Americana causou a urbanização das terras do oeste e das áreas centrais norte-americanas, contribuindo ainda mais para o crescimento da economia, a expansão industrial e o desenvolvimento do capitalismo dos Estados Unidos. Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela União ao longo da guerra, graças ao esforço de guerra, o Norte cresceu de maneira surpreendente, principalmente na metalurgia, transporte ferroviário, armamentos e naval. Além do desenvolvimento tecnológico, houve ganhos no campo da medicina, escolas e instituições de ensino superior. O comércio cresceu de maneira exponencial, espalhando-se para todo o território americano. O padrão de cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de "trabalho duro, educação e liberdade econômica a todos", e que eventualmente, faria dos Estados Unidos a maior potência econômica do mundo. Mais de 60 mil livros e artigos foram escritos sobre a Guerra Civil Americana, fazendo desta guerra uma das guerras sobre as quais mais se escreveu na história da literatura. O poeta americano Walt Whitman predisse, corretamente, após o fim da guerra: "Uma grande literatura deverá surgir desta era de quatro anos". Efeitos no militarismo A Confederação foi abolida pela União, e os Estados rebeldes foram ocupados por tropas da União até 1877. A Guerra Civil Americana é considerada por vários historiadores como a primeira guerra moderna. O conflito gerou vários avanços na área militar. Táticas e armas foram criadas e introduzidas, que seriam largamente usadas nas próximas décadas, até o começo do século XX. Entre as principais inovações da guerra está a invenção de rifles que podiam atirar várias balas antes de serem recarregados, e o uso das primeiras metralhadoras. A Guerra Civil Americana foi a primeira guerra onde balões foram utilizados com o propósito de patrulhamento aéreo. Pela primeira vez, ironclads foram utilizados em guerra, bem como submarinos capazes de destruir outros navios. Minas terrestres e aquáticas foram outras inovações. Além disso, pela primeira vez na história mundial, ferrovias foram usadas para movimentar um grande número de soldados de uma região para outra, em questão de poucos dias. O telégrafo também foi usado, para comunicação, pela primeira vez. Além disso, a Guerra Civil Americana é considerada uma guerra moderna por causa da grande destruição gerada. Foi a primeira guerra total do mundo, onde todos os recursos disponíveis foram usados por ambos os lados para os esforços de guerra. Fim da escravidão A Constituição americana de 1776 dizia que "todos os homens são iguais". Ironicamente, após a independência ter sido alcançada, e até o fim da Guerra Civil Americana, os Estados Unidos eram o maior país escravista do mundo (isto talvez se deva ao fato de que os autores da Constituição não consideravam negróides como homens, mas sim como subhumanos ou símios proto-humanóides - bastante ironico, principalmente quando o Sul sempre foi o bode expiatório-mor do Racialismo estadunidense). Após o fim da guerra, os americanos tentaram fazer esta igualdade uma realidade no país, através da aprovação da 13a Emenda à Constituição americana, tendo sido ratificada no final de 1865, e que acabou oficialmente com a escravidão no país. A 14a Emenda foi aprovada em 1868, definia cidadania e dava ao governo federal amplos poderes para forçar os Estados a fornecerem proteção igualitária às leis. A 15a Emenda foi aprovada em 1870, e dava a todos os afro-americanos do sexo masculino maiores de idade o direito de voto. Porém, o lugar dos afro-americanos na sociedade americana continuou indefinido, e os afro-americanos continuaram a ser marginalizados em todo país, uma vez que leis antidiscriminação ainda não existiam na época. O sul seria ocupado por tropas do Norte até 1877, e diversos afro-americanos foram colocados em posições importantes do governo dos Estados sulistas, pelo governo americano. A maior parte da população sulista sentiu-se humilhada com estas medidas, favorecendo o surgimento de sociedades secretas como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku Klux Klan, que empregavam a violência para perseguir os afro-americanos e defender a segregação racial. União Alguns historiadores acreditam que a guerra tenha sido a maior falha da democracia(pois impediu um plebiscito democrático de facto ao impor o sistema economico liberal como o único e supremacista no país inteiro, sem dar chance a diversidade economica de modos; até por que o mercantilismo do Sul estava longe de poluir tanto o meio-ambiente quanto as fábricas nortistas). Afinal, como o próprio Lincoln disse no final da guerra: "A guerra foi uma segunda instância, da votação à bala". O único lema dos Estados Unidos então era "E Pluribus Unum", que significa "De Muitos Um". O lema é uma referência à criação dos Estados Unidos das 13 antigas colônias britânicas. Mas as divergências existentes entre o Norte e o Sul criaram um sentimento de indecisão nos americanos - a escolha entre formar uma única grande nação ou várias nações menores. Porém, o desfecho da guerra claramente estabeleceu que os Estados, por si só, não têm o direito ou o poder de sair da União. [editar] Refugiados Ver artigo principal: Imigração norte-americana no Brasil Após a derrota e a recessão político-econômica que se seguiu no Sul, muitos confederados migraram para outras regiões dos Estados Unidos (primariamente, para o Norte e o Oeste americano). Os Estados confederados em conjunto (com exceção da Flórida e do Texas) sofreram em conjunto um decréscimo populacional de cerca de 300 mil habitantes na década de 1870, 450 mil habitantes na década de 1880 e 550 mil habitantes na década de 1890. Muitos dos confederados que abandonaram o Sul americano emigraram para outros países, entre eles o Brasil, buscando fugir não somente da recessão econômica, bem como da perseguição e discriminação que se seguiu contra a população confederada. Essa fuga consistiu no maior êxodo populacional da história dos Estados Unidos. Os confederados encontraram no Brasil terra produtiva para o plantio de culturas das quais eles tinham ampla experiência, como algodão, milho e melancia. Não se sabe ao certo o número de confederados que abandonaram os Estados Unidos e se instalaram no Brasil. Estimativas variam entre quatro mil a vinte mil confederados que imigraram para o Brasil, onde se instalaram primariamente em Santa Bárbara d'Oeste, e Americana, que leva no nome a marca da imigração.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_civil_americana
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ESCLARECIMENTO / EXPLICATION

Esclarecemos que em função de erros cometidos por ocasião das escriturações nos cartórios de Santarém, durante os registros de nascimentos, diversas famílias de origem confederada (Wallace, Hennington, Rhome, Pitts, Riker, Vaughan, Jennings, etc...) tiveram seus nomes escriturados de forma errada.
A família VAUGHAN, por exemplo, assumiu algumas formas diferentes de escrituração: Vaughon, Waughan e Wanghon.
Recentemente alguns descendentes da família VAUGHAN e de outras famílias, com o auxílio de advogados e seguindo as árvores genealógicas, efetuaram as correções devidas nos cartórios locais e passaram a escrever corretamente os seus nomes.
Devido a pronúncia do nome VAUGHAN ser diferente da forma que é escrita, alguns descendentes passaram a adotar a denominação de “Von”, mas tão somente para facilitar o entendimento da leitura, sem alterar a forma de registro.

We clarified that in terms of errors committed during the notary records in Santarém, in the records of births, several families of confederates (Wallace, Hennington, Rhome, Pitts, Riker, Vaughan, Jennings, etc ...) had their names entered in wrong. The family VAUGHAN, for example, took a few different ways to book: Vaughon, Waughan and Wanghon. Recentemente VAUGHAN some descendants of the family and other families with the help of lawyers and following the tree, made the necessary corrections in notary places and began to write their names correctly. Due to the pronunciation of the name VAUGHAN be different from the way it is written, some descendants moved to adopt the name of "Von", but only to facilitate the understanding of reading, without changing the way of record.